AS DUAS FLORES - HOMENAGEM A CASTRO ALVES
AS DUAS FLORES
Castro Alves
São duas flores unidas,
São duas rosas nascidas
Talvez no mesmo arrebol,
Vivendo no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.
Unidas, bem como as penas
Das duas asas pequenas
De um passarinho do céu...
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.
Unidas, bem como os prantos,
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar...
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.
Unidas... Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!
***
Nós, amantes da poesia, não podemos deixar passar em branco a data de aniversário daquele que para nós é o mais alto dos representantes do nosso romantismo e também um dos maiores poetas da língua portuguesa. Antonio Frederico de Castro Alves, o vulcão da poesia brasileira, o Cantor dos Escravos, o jovem vibrante e arrebatado pelos sublimes ideais, O amante da natureza, o patriota audaz, era tudo isso e muito mais: era um poeta!
Um ser que amava a lua e recitava versos nas tabernas à beira das estradas, em cujo coração, ardente e apaixonado, mesclavam-se inúmeros sentimentos. Nasceu em 14/03/1847, na Fazenda Cabaceira em Curralinho (hoje Castro Alves), na Bahia, e faleceu em 06/07/1871, em sua terra natal, vítima de tuberculose, doença agravada por um terrível acidente que lhe resultou em amputação de um dos pés.
Que viva o nosso Castro Alves no coração dos amantes, dos poetas, dos cantores, dos que lutam e querem fazer de sua Pátria uma nação justa e grandiosa!
Que ele esteja sempre presente em nossa memória! Que os seus versos possam alimentar os nossos sonhos, transformar os nossos ideais, e encher o mundo de amor e poesia!
Maria do Socorro Domingos dos Santos Silva
João Pessoa, 13/03/2012