É bom variar

 

 

Logo depois que meu primeiro filho nasceu, uma amiga apareceu com um livro grosso, já usado, sobre a Vida do Bebê. Um clássico, escrito pelo pediatra doutor Rinaldo de Lamare, publicado no início dos anos quarenta. Parece que até hoje é vendido em edições modernizadas. Nele encontramos de tudo, desde como dar banho no pimpolho, fazer papinhas, como detectar os diferentes choros, até as etapas em que o bebê sorri, engatinha, se levanta e anda. Além de esclarecer sobre todos os tipos de probleminhas que porventura aparecessem, como dor de barriga, cólicas, febre, assaduras ou brotoejas na pele. Enfim, um guia mais do que prático e utilíssimo para as ansiosas mamães. Passados tantos anos, o que ficou mais nítido na minha memória foi como ter em casa um bebê calmo e tranquilo. Nada mirabolante, apenas seguir uma rotina. Ele dizia que a quebra da rotina deixa a criança nervosa.

 

Lembrei de tudo isso porque depois de muita correria, idas e vindas pela vida, os mais velhinhos às vezes também ficam irritados ao sair da rotina. Não abrem o bocão feito criança, mas percebemos que gostariam de manter seus hábitos sem qualquer alteração. Só que agora os doutores De Lamare dos adultos, principalmente daqueles com data de nascimento avançada, dizem que é preciso quebrar a rotina. Que variar faz bem à saúde. Variar a alimentação, os trajetos, os passeios.

 

Eles devem ter razão, mas não pretendo comer o que não gosto só pra variar. No entanto, bem que eu gostaria de dar umas voltinhas pelo mundo... Isso sim é que é variar!