Ao pegar um chicote e expulsar os vendedores de animais e cambistas do átrio do templo de Jerusalém, o gesto de Jesus tem dois aspectos: o primeiro, demonstrar que acabou o tempo dos sacrifícios. A partir dele não tem mais sentido o sacrifícios de animais. Deus quer outro tipo de relação com as pessoas. O segundo, dizer que o próprio templo estava superado. A ressurreição de Jesus irá inaugurar um outro modo de relação com Deus no qual o ser humano é o templo dele. Ele mora em nós e não em casa de mármores e granitos.
A mim impressiona o modo como a maioria das igrejas lêem esse evangelho - Jo 2, 13-21 - e fico com a impressão que as pessoas não tiram dele as conseqüências que devem ser tiradas.
Multidões ainda vivem a religião do templo, dos sacrifícios ou ritos externos, dos deveres para com Deus, e não da gratuidade da fé e da relação amorosa.