Sujeira, poluição e indiferença
O título desse texto resume muito bem o que eu presenciei, ontem, ao fazer uma simples caminhada pela orla da praia do Recreio. Entre os postos 9, 10 e 11 o que se via na areia era uma profusão de copos plásticos, canudos, palitos de madeira, saquinhos de biscoito, garrafas de bebida, animais mortos, despachos com direito a cesta de vime, flores e garrafa de champanhe.
Tudo isso não seria nada, se é que vocês percebem o meu tom irônico, se, ao caminhar pela beira da praia, desviando-me de todo esse lixo não encontrasse um assento de vaso sanitário. Isso mesmo que você acabou de ler. Um assento de vaso sanitário em meio as areias, ondas, cachorros e crianças.
Sim, os frequentadores da praia do Recreio também levam seus cachorros para tomar banho de mar. Jogam seus saquinhos de biscoito na areia e toda a sorte de sujeira ao seu redor. Mas, o que me impressionou em dar de cara com um assento de vaso sanitário foi a indiferença das pessoas em relação a ele. Estavam todos cegos? Eram todos indiferentes àquele lixo, absolutamente inusitado, sobre a areia da praia em que estavam? Há quanto tempo estaria ali? Nenhuma mãe ou pai se importava em ver seus filhos brincando ao lado de um assento de vaso sanitário?
Frequento aquela faixa de areia desde criança. Infelizmente, nunca imaginei que passado todo esse tempo a situação fosse piorar. O verão acabou e, mais uma vez, podemos comprovar que as campanhas de "Leve os seu lixo com você", "Não jogue lixo na praia", simplesmente não surtem efeito. As pessoas são insensíveis e mal-educadas. O que esperar de uma população que joga lixo na rua através da janela do carro importado? Se jogam lixo na rua, porque não jogariam nas areias das praias?
Não poderia sozinha impedir que toda aquela sujeira fosse parar no mar. Mas, não poderia ser indiferente ao assento de vaso sanitário. Não poderia fechar meus olhos. Desviei minha rota, abaixei e, elegantemente, levei pela ponta dos dedos aquele objeto inusitado até o calçadão, para jogar em uma lata de lixo da Comlurb.
Conclusão: Lixeiras existem, só falta ensinar as pessoas para o que elas servem !!