A Natureza e as Esporas

Segundo Darwin, somos seres em constante evolução, aprendemos com os nossos erros e só os mais fortes e espertos sobrevivem. Tenho nadado contra a maré, não consigo evoluir e deixar de acreditar nas pessoas, mesmo sabendo que posso ser usado, manipulado, ferido e segundo Darwin, extinto.

Não faz muito tempo e perdi um grande amigo para a vida. Motivos: imaturidade em resolver as diferenças de forma sensata e a grande capacidade humana de querer que o outro viva de acordo com o evangelho do nosso ponto de vista.

Fiz a promessa de jamais confiar em outra pessoa novamente. Tolinho!!! A promessa foi quebrada pouco tempo depois. Tenho hoje dezenas de amigos que confio plenamente e pelos quais, tenho muito estima. A verdade é uma só, não sei quanto a vocês, mas não sei viver sem amigos.

Não faz muito tempo e partiram meu coração, ainda procuro os pedaços, mas sei que não deixarei de amar. É a minha natureza: amar é se entregar totalmente à pessoa amada. Eu sei, preciso evoluir. Preciso criar máscaras, barreiras e defesas para não me machucar novamente. Preciso manipular, usar, mentir e manter o jogo, se quiser ser feliz no amor. O problema é que quando eu amo, eu arrisco mesmo, mas jogo pra vencer.

Amar é dar a cara às tapas, mostrar suas verdadeiras cores, admirar e cuidar bem de quem está ao seu lado, mesmo que seja por uma semana, um dia. Amizade é compartilhar, se abrir, falar um monte de besteira e até chorar, mas acima de tudo confiar.

Tanto no amor quanto na amizade, não dá para estar ao lado de alguém só pela metade. Precisamos estar plenamente com as pessoas que gostamos. Se elas não agem assim conosco, o problema é delas, não nosso. Não podemos mudar quem somos, por causa da atitude e opinião dos outros. Osho, um sábio indiano, que era maluco e iluminado ao mesmo tempo, costumava dizer : “ Esteja Pleno. Quando conversar com os seus amigos, seja a própria conversa. Quando beijar quem vocês amam, seja o próprio beijo. “ Sim, estar plenamente com alguém deveria ser obrigatório, menos que isso não é suficiente.

Sim, eu sei! Precisamos estar bem treinados para montar nesse cavalo selvagem chamado amor, nesse touro indomável chamado amizade, mas como não nasci mesmo para ser boiadeiro, nem cavaleiro; continuo tentando olhar no olho desses bichos e me comunicar, mostrar que eles não precisam temer. Apesar da dor cavalgar junto com o prazer, montar nesses animais não tem nada a ver com poder e sim com respeito. Por isso e talvez por pura teimosia, não uso esporas, chicotes ou laços e mesmo que eu caia de novo, não vou mudar, vou me levantar e recomeçar tudo de novo.

Frank