Cidadania

Estava animada com os jogos de computador, quando uma bela reportagm do fantástico me trouxe de volta à realidade do meu dever como cidadã. Aprendemos, ou pelo menos, eu aprendi durante boa parte da minha formação acadêmica que deveria ser cidadã, por definição, se preocupar com a pátria, votar com responsabilidade e consciência e não jogar lixo na rua. Eu cresci e confesso que não faço muito bem a minha parte, mas afinal, quem faz? Eu odeio política!!!!

Lembro de uma vez questionar isso, durante uma aula de geografia:

_ Quantos saírão dessa aula e terão a oportunidade de ser corruptos e negaram?

A minha pergunta ia um pouco além da cidadania, era uma questão sobre a pureza do ser humano. Será que somos obrigados, por natureza, a ser egoítas? Sobrevive o mais forte? De onde vem o altruísmo? Ou será que, como muitos cientistas questionam, ele não existe?

Teorias para justificar o mal nas favelas do Rio de Janeiro, não faltam. E os nossos políticos? Eles poderiam pelo menos, ter medo, ao perceber essa cruel semelhança: o que há entre um traficante e um corrupto? Uma linha muito fina...

Numa outra discussão, agora com uma amiga, sobre a origem da religião e de Deus, passando em frente à uma igreja, eu apenas afirmei num momento de inspiração:

_ Na verdade não importa muito, (Se Deus existe), meus filhos terão uma religião, de preferência a minha, para terem segurança, é claro, nunca com imposição. Mas, acho que isso ajuda a moldar o caráter, pode não ser essencial, mas ajuda.

Minha amiga, atéia convicta,ficou em silêncio por um minuto. Eu pensei na questão da religião que mata e já pensei em como retrucar se ela apelasse pra isso, mas pra minha surpresa ela apenas falou:

_ É, Julêêê (como ela me chama carinhosamente), talvez você tenha razão.

E foram mais algumas quadras de silêncio.

Voltando a reportagem do Fantástico, sobre as estatísticas de bala perdida não realizadas pela polícia do Rio, num momento tão crítico. A reportagem foi incrível, bonita, clara e simples. Boa para causar indignação, para gente entender que a televisão também deve servir para denunciar, alertar, nos trazer à realidade. Foram abordados vários fatos, um prédio que caiu e não indenizou, visitas à presidiários e muitas utilidades públicas. Qual o nosso dever de cidadão?

Paramos de pensar, assim que o Pedro Bial apareceu com um belo sorriso para anunciar o BBB.

Jule Santos
Enviado por Jule Santos em 22/01/2007
Reeditado em 22/01/2007
Código do texto: T354701