"CORRESPONDÊNCIAS IMAGINÁRIAS"

Estar numa livraria dá-me sempre a confortável sensação encontrada num especial espaço do mundo – o literário. Ampliado e modernamente diversificado, o ambiente das livrarias me acolhe por longos e prazerosos momentos entre livros, CDs, DVDs e outras ofertas do gênero. É um espaço cultural que, entre outros atrativos, à ala de leitura se avizinha uma boa lanchonete, com chás, cafés, doces e salgados em bom gosto e estilo. É também um ponto de encontros. Eventuais, quase sempre; desses que reaproximam amigos antigos, ou fazem novos que surgem pela súbita evidência de uma afinidade: o prazer de ler.

Três livrarias me têm como assíduo frequentador. Saraiva, por óbvias razões do ofício; Cultura, pelo que faz jus a sua denominação; e a Leitura, que no mesmo estilo da segunda, concorre em acervo, luxo, local e conforto.

Geralmente às quartas-feiras, pelo menos a uma delas compareço. Com exceção da Saraiva - essencialmente jurídica -, raramente vou às outras livrarias predestinado a comprar uma obra específica. Ela surge ali, à minha frente, como que por acaso ou providencialmente. O título da obra ou nome do autor pode levar-me a abri-la, folheá-la e, da orelha ao prefácio (às vezes a contracapa), obtenho as primeiras impressões. Se eu não fizer essa pré-leitura, não compro. Quase não me interessa a apresentação. O prefácio ou o posfácio, sim. O que vem neles, se bem elaborado, convence-me a comprar o livro. E lê-lo, o que é mais importante.

 
Gabriel Chalita convenceu-me. Embora se tenha repetido no gênero (não na temática) que deu certo: o epistolar. Fez-se um narrador duplamente personificado nas figuras de Sócrates e de Thomas More, cujas cartas trocadas entre ambos intitulou-as como Correspondências Imaginárias. Toda a experiência do filósofo Gabriel Chalita é transposta para a atualidade com o próprio conhecimento que fora lapidado pela sabedoria de dois dos seus grandes mestres. Com linguagem simples, objetiva e didática, Correspondências Imaginárias trazem ao leitor uma visão clara e próxima da vida, do homem e do mundo à luz da filosofia.
 
Limito-me à crônica. Nenhuma resenha alcançaria a clareza e precisão que lhe dá o autor na contracapa:
 
"Dois amigos, um camponês e um professor, Sócrates e Thomas More, questionam a vida cotidiana, seus desdobramentos, sua imprevisibilidade; enfim, todo o universo de fatos e de emoções que invade a alma humana e que desperta a inquietude nos homens. Como ainda acreditar na vida em um mundo tão desprovido de bons valores? Como manter a confiança no ser humano, quando se assiste a tantas atrocidades? Como alimentar a esperança diante de atitudes injustificáveis de intolerância e de desamor entre as pessoas? Como conviver com a falta de generosidade?"

"More mostra-se desiludido e cético das relações humanas, mas Sócrates, com igual amplitude e com impressionante competência discursiva, tenta convencê-lo - e convencer o leitor – de que a travessia é longa, tortuosa, mas sempre vale a pena. Cada um de nós é responsável por trilhar uma parte desse caminho, com coragem e com dignidade, sem desistir, sem desesperançar”.

 
Composto em Bembo para a Editora Planeta do Brasil, em outubro de 2011, doze Correspondências Imaginárias constam de 127 páginas de leitura imperdível.

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VERSINHOS SOFISTAS
(A resposta)

SER é uma essência.
Não SER é um puro estado
De  inconsciência.

(Hermílio).





 
LordHermilioWerther
Enviado por LordHermilioWerther em 10/03/2012
Reeditado em 14/03/2012
Código do texto: T3546923
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