Mais uma vez, o Recanto
 

 
Várias vezes já tentei listar os escritores do RL dos quais eu mais gosto. Os problemas já começam aí: os que eu mais gosto por gosto gostado ou os que mais gosto pela qualidade dos escritos? Às vezes coincidem,às vezes não. Tento a ordem alfabética, a mais fácil. Logo desisto porque não chego a nenhum acordo comigo mesma. E minha alma se confrange só de pensar em esquecer alguém ou ferir susceptibilidades.

Tenho os meus queridos. Como se uma linha imaginária os cercassem isolando-os dos outros. Eu os leio sempre que posso, de vez em quando passo muito tempo sem ler por motivos que nem para mim são claros. Ai então de repente eu vejo o nome deles na capa, encontro-os comentando textos que estou lendo e saio correndo para fazer uma visita.  Começo a ler e não paro. Foi o que aconteceu com o Jorge Cortás Sader Filho.

Jorge Cortás é um homem/escritor muito inteligente. É também gentil e seus comentários acrescentam. Dessa vez, ao abrir sua escrivaninha, alguns títulos falavam do Recanto. Sempre que encontro textos abordando esse assunto, gosto de ler. Quero saber o que está acontecendo, o que pensam a respeito meus companheiros de sitio. Foi aí que descobri que outra vez está ocorrendo a discussão – por que os melhores escritores do Recanto não são nem os mais lidos nem os mais comentados? 

Saindo do Jorge visitei outras escrivaninhas remetidas por ele – outro grande escritor, o Antonio Maria e a Nana Okida. Da Nana pouco posso falar porque a visitei muito pouco, mas o Antônio Maria é um velho conhecido que estaria na mesma lista que o Jorge – escritores que leio porque gosto deles e escritores que leio por que escrevem bem. E vejo a mesma preocupação, a mesma temática. Por que os melhores são pouco lidos e/ou pouco comentados? Por que as pessoas se escondem atrás de pseudônimos ridículos? Por que tantos fakes? Por que tantos erros linguistícos imperdoáveis em quem se diz escritor?Por que escritores até analfabetos conseguem ser tão lidos e comentados? Muitas respostas, todas possíveis, teorias. E teorias todos nós podemos ter. Inclusive eu. Uma bem simplória, mas verdadeira- quem mais comenta, mais é comentado e por mim aí morre o assunto.


Eu já havia tomado uma decisão antes e continuo firme com ela – se não gosto, não comento. Se a pessoa me aborrece, por qualquer motivo, mesmo que tolo, não a visito mais. Para as pessoas que eu gosto sempre deixo um carinho. De alguns, já me sinto tão amiga que não vejo necessidade de jogar confetes por jogar. Comentários idiotas já recebi muitos. Se forem apenas idiotas, deixo-os lá. Se forem agressivos, retiro. Puxão de orelhas já recebi alguns, sendo de pessoas que respeito, abaixo a cabeça e peço desculpas. Tento corrigir o errado se fico certa do erro.

Também fico assustada com a enorme quantidade de filiados ao RL. Diz o ditado que de médico e de louco todos temos um pouco – de escritores também, principalmente poetas buscando seus quinze minutos de fama. Respeito é bom e eu os respeito – vão acabar se cansando, escrevem por escrever, distante da alma. Quando se tornam famosos e escrevem livros de papel e estão sempre na lista dos dez mais eu apenas não contribuo para seu enriquecimento – isto, se não gosto do que escrevem. Mas não sou preconceituosa – já li bons livros que são execrados pelos pseudos intelectuais, inclusive de auto-ajuda.

Não entendo quem usa pseudônimos para escrever. Tenho orgulho do meu nome e do que escrevo. No entanto, dentro do RL tem muita gente que usa pseudônimo para escrever – como escrevem bem o pseudônimo já se tornou a sua marca e a gente consegue ver a pessoa, o indivíduo mesmo através desse falso nome. Porque na verdade eles não se escondem- se revelam. Fakes?São pessoas doentes.

A administração do RL pode fazer alguma coisa? Claro que pode. Outros sites fazem. Quer fazer? Parece que não. Enquanto eu for respeitada fico por aqui. Gosto de estar aqui. Por ter descoberto o RL passei a escrever muito, mais do que escrevia antes. Aprimorei minha escrita e mais do que nunca hoje me sinto uma escritora. Tenho tanto orgulho de ser escritora quanto de ser educadora. Ou padeira. São conquistas e todas essas conquistas fizeram de mim o que sou – um ser imperfeito, mas consciente disso e que por isso busca tenazmente, a cada dia que passa, ser melhor do que é. Nesse caso, os outros não me interessam – não tenho interesse em ser melhor que ninguém.

Mas algo me tocou muito nessas leituras que fiz sobre o assunto – textos e comentários - e está me incomodando: se nada faço estou colaborando para a vitória da mediocridade. Mas fazer o que? Como? Se alguém souber, me conte. Cerrarei fileiras com este alguém na luta por uma melhor qualidade literária nesse Recanto que espero continue a ser das Letras. Ou volte.