Luíza e Manu
Estou, como posso, realizando um sonho. Estou, pasmem, conhecendo o Rio de Janeiro. Pode parecer loucura à primeira vista, mas sei que essa primeira vista de desfaz em fração de segundo. Aí passa a parecer clichê: Lá vem mais um que vai falar que pelas fotos, livros ou quem sabe a internet ele viaja, sai do lugar onde está, que sua mente paira sobre a Cidade Maravilhosa e blábláblá... Mas vou fugir de tudo isso. Claro que inclui a internet, quem sabe fotos e por enquanto nada de livro... O que me faz conhecer o Rio é o amor... E não vou contar mais uma história de amor à distância, aquela coisa melosa que já soa patética à maioria dos ouvidos... Trata-se do amor de duas belas moças pela cidade onde nasceram e que hoje cultuam com sua presença e sua beleza.
O texto parou por alguns minutos, eu tentava encontrar uma forma de superlativar a palavra “maravilhosa”. Isso porque Luíza e Manu (eu já as havia apresentado?) deixam a cidade mais que isso, fazem com que o Rio pareça, na verdade, não apenas o melhor, mas o único lugar do mundo em que há beleza, alegria, funcionalidade e sorrisos. Luíza, embora negue os feitiços da Vila Isabel que lhe fariam uma apaixonada pelo samba e não seja lá a primeira fã da Bossa Nova, não deixa de entrar perfeitamente nos acordes e composições de Tom, Vinícius ou João Gilberto... A garota das Laranjeiras caberia com louvor em Ipanema, já que também é linda e cheia de graça, ou no Leblon, já que, assim como Tereza da praia tem o corpo bonito, o amor de pequena e o belo fato de ser da praia. Cantada pelos mestres, Luíza sabe - em seus gestos, palavras, amores e pensares – expressar com a mesma força que aqueles o quanto ama sua terra e o quanto o Rio pode ser perfeito e o quanto Laranjeiras, como preleciona a canção do contemporâneo Nando Reis, sorri com seu apaixonante jeito de marcar presença.
Manu, com sua fala cantada, o S chiado e a explosão comparável aos fogos da passagem de ano em Copacabana, mostra-se também uma autêntica carioca, amante daquele chão que lhe dá ares de maravilha. Não duvidaria se me contasse que estivera com Jobim: Mesmo não a tendo visto andar, existe nela aquele carinho e, o que é mais latente, vê-se no brilho de seus olhos as noites do Rio ao luar, com a mesma luz, o mesmo céu e o mesmo mar... Assim como quisera o mestre da Bossa Nova. Voltando à contemporaneidade, Manu também, como diz Carlinhos Brown, quando tem fome come logo o Pão de Açúcar e quando precisa de um abraço, quanta alegria, tem o Cristo a abraçar... Quem sabe se alguém quiser mata-la de amor deve fazê-lo no Estácio, como implora Luiz Melodia... Manu é expressão do Rio em dias de paz e, ao mesmo tempo, do dinamismo de suas vertentes de potência econômica.
Queria eu também embarcar nas canções de Tom Jobim e ter agora a alma cantando ao avistar o Rio de Janeiro e poder anunciar que dentro de um minuto estarei no Galeão. Mas me consola, ao menos um pouco, saber que elas também entram em Wave e me contam o que os olhos já não podem ver: Coisas que só o coração pode entender... É nesse sentimento pelo Rio de Janeiro que elas gritam a mim o que Jobim coloca de modo tão doce: Fundamental é mesmo o amor. Eu poderia continuar aqui imprimindo-as em letras maravilhosas de grandes gênios da Bossa ou simplesmente em ótimos compositores contemporâneos, mas me reservo no direito a resumir suas qualidades em um singelo verso do tão citado Tom Jobim: “E além do mais ela é carioca, ela é carioca”
* Esse texto, como é notório, é uma homenagem a duas pessoas maravilhosas que conheci nas entranhas da internet. Luíza e Manu, espero que tenham gostado!
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