O ESTADO QUER SABER

O ESTADO QUER SABER!?

Hoje eu me despi dos sonhos de que valíamos para o Estado mais do que simples contribuintes e que havia realmente uma preocupação grande com as pessoas por parte dos governantes. Uma utopia que cada vez custa mais caro em se pensar na possibilidade de um mundo onde o social fosse o objetivo precípuo do Estado em condescendência com a divindade criadora do homem.

A partir do nascimento, o homem é catalogado através do registro de nascimento e partimos a fazer parte do núcleo de contribuintes do Estado. É que nesse entrelaço, nós ainda não pagamos as nossas contas, porém, damos despesas aos nossos pais com alimentos, saúde, vestimenta, alojamento, educação e acomodações e isso aumenta a contribuição dos nossos responsáveis aos cofres “públicos” que representa uma contabilidade continua de somatórios que só cresce, pois até as contas que o Estado paga, recebem em contrapartida os descontos e no final de cada ano há um acerto entre contribuinte e fisco que normalmente sempre acabamos por pagar ainda mais.

Pois quando digo que desesti dos sonhos de que a pátria é mãe, hoje penso como madrasta e, haja informações sobre tudo, quando atingimos a maioridade significa que a partir de então, somos contribuintes diretos e responsáveis por nossos atos, contas e também pelos impostos. Afinal, o Estado é uma maquina azeitada e não pode parar. Aí, recebemos um numero chamado CPF e seremos doravante rastreados por esse numero até o fim de nossos dias. A começar pelo IBGE que quer saber quanto eu ganho, qual a minha instrução escolar, onde moro, se a casa é minha, se não for quanto pago de aluguel, se tenho plano de saúde, se tenho filhos, se sou casado ou quantas vezes eu já me casei ou divorciei e querem saber até qual a minha opção sexual.

Os órgãos de Justiça e Segurança também tem o seu prontuário e tudo nesse segmento é caso de Justiça, para casar, divorciar, reclamar ou ser reclamado urge a necessidade de se colocar a vida do cidadão a limpos e à disposição de toda a sociedade porque as consultas são publicas e você se torna um escravo de uma razão que cada vez mais reclama por sanidade, e assim vamos vivendo, trabalhando arduamente, sofrendo e pagando por isso, ora nas filas dos bancos para pagar, ora nos amontoados de gente a procura de saúde nos postos da Previdência Social, organismo esse que deveria trazer a partícula “In” no inicio da palavra, porque todas as vezes que recorremos a ela nunca obtemos uma resposta ao que necessitamos, mais eles também arrecadam, e o que fazem com o nosso dinheiro?

A vida vai passando e nós tentando acompanhar ora corremos ora nos arrastamos mais vamos que vamos ao encontro de uma luz no fim do túnel ou uma fogueira que se nos devore nesse sistema absurdo de vida que criaram para nós sem nos consultar e nos tornaram escravos do hoje e um numero a ser cancelado no amanhã. Ainda outro dia encontrei com Atualpa Pinto, um amigo de infância que sofreu um infarto e ficou morto por alguns momentos. Ele entrou em um túnel imenso e com luzes azuladas e no final se encontrou com Adão, o primeiro homem deste Planeta e nesse ínfimo momento apalavrados ele ficou sabendo como era o paraíso, mais aquele danado insatisfeito com a vida eterna, sem ninguém para lhe mandar e tendo uma mulher gostosa como a Eva ainda fez bobagem para nos colocar nas filas dos bancos, nas filas do INSS e trabalhando até a morte para os nossos donos, os governos de todos os países, menos o meu, o nosso, ou o Vosso. Mais agora que é época de declaração de Imposto de Renda, eu te pergunto: quanto ganhou no ano passado? Para mim não tem nenhuma importância, mais o Estado quer saber.