As barangas da minha rua

As barangas da minha rua,

Andam sempre quase nuas,

Pela rua poeirenta, sem asfalto,

Que ruazinha suja, quando chove

A lama gruda no pé

E levanta do chão

Invadindo os bueiros, entupidos

Minha rua é engraçada, com buracos

Deixa a turma sempre coberta de lama

Quando passa alguém de carro.

O prefeito não conhece, nem os deputados

Minha rua é abandonada, e no calor

Fica meio que alaranjada

Parecendo um deserto

As barangas desfilam nela,

São estranhas como a rua

O prefeito colocou esgoto

Um tubo bem fino

Quando chove alaga

Algumas casas enchem

E até uma cobra eu vi na enchente

Ruazinha abandonada pela sociedade

O governo já fez algumas obras

Há uns cinqüenta anos atrás

Quebraram as calcadas

Destruíram canos de água

e ficaram tão satisfeitos, que

Foram embora sem terminar

Cada um que faça sua própria calçada

É por lá que as barangas passam

luiz machado
Enviado por luiz machado em 07/03/2012
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