As barangas da minha rua
As barangas da minha rua,
Andam sempre quase nuas,
Pela rua poeirenta, sem asfalto,
Que ruazinha suja, quando chove
A lama gruda no pé
E levanta do chão
Invadindo os bueiros, entupidos
Minha rua é engraçada, com buracos
Deixa a turma sempre coberta de lama
Quando passa alguém de carro.
O prefeito não conhece, nem os deputados
Minha rua é abandonada, e no calor
Fica meio que alaranjada
Parecendo um deserto
As barangas desfilam nela,
São estranhas como a rua
O prefeito colocou esgoto
Um tubo bem fino
Quando chove alaga
Algumas casas enchem
E até uma cobra eu vi na enchente
Ruazinha abandonada pela sociedade
O governo já fez algumas obras
Há uns cinqüenta anos atrás
Quebraram as calcadas
Destruíram canos de água
e ficaram tão satisfeitos, que
Foram embora sem terminar
Cada um que faça sua própria calçada
É por lá que as barangas passam