ATÉ QUANDO?
Mais um ano iniciou-se na rede estadual de ensino, dia 01 de março do ano em curso. E esperançosa como sou, em casa ficava pensando na carinha nova dos alunos, nos projetos a serem desenvolvidos, entre outros. Recusando-me a pensar na falta de professores que enfrentamos em 2011 durante o ano todo. Até porque, nas reuniões que participei, ouvi que este problema não teríamos este ano, uma vez que houve concurso público exatamente para suprir as necessidades das escolas.
Entretanto, como Coordenadora Pedagógica de uma escola estadual, estou acompanhando a elaboração dos horários de aulas, nos três turnos, e constato que, em todos os turnos faltam professores. Daí a grande preocupação: como podemos melhorar a qualidade do ensino em nossas escolas públicas, se os alunos podem passar o ano inteiro sem professores de algumas disciplinas, como aconteceu no ano anterior? E, conforme depoimentos de supervisores pedagógicos, no final do ano de 2011 eles foram fazer provas com os alunos para tapar os buracos das notas nas disciplinas onde não viram nenhum conteúdo.
É triste, mas é verdade. Não entendo como as autoridades responsáveis pelo sistema de ensino – estadual, neste caso - deixam isso acontecer. Como um aluno da 3ª série do Ensino Médio passa num vestibular se deixou de vê conteúdos imprescindíveis à sua vida acadêmica? Se estes alunos representam o futuro do nosso País. Que futuro teremos?
Realmente é muito preocupante esta situação, além de outras que nós, como educadores, ficamos de mãos atadas por não ser de nossa competência resolvê-la. E, como brasileiros que somos, tentamos dar um jeitinho aqui, outro ali. Porém para quem é competente e tem responsabilidade com seus alunos e o futuro do País sofre com essas irregularidades.
Eu, como pedagoga, tenho o maior orgulho em ver o aluno aprender, a desenvolver sua consciência crítica, tornar-se cidadão, consequentemente descobrir sua missão no mundo. É maravilhoso receber um abraço e um beijo carinhoso de um aluno que percebe o nosso esforço para ajudá-lo a crescer. Mais satisfação sinto quando eles concluem o Ensino Médio e retornam à escola para nos visitar. E quando dizem que passaram no vestibular – cujo índice é muito pequeno – a alegria é estonteante. É isso que gratifica o nosso trabalho.
Bom, diante do exposto, espero sinceramente que, como o ano está apenas começando, professores possam suprir as necessidades das escolas estaduais para que possamos realizar um trabalho com qualidade, condizente com as necessidades dos alunos.