Ainda dialogando com Arnaldo Jabor
Na crônica “A mulher não existe” Jabor diz que o gay masculino é veado, mas a mulher é lésbica. O primeiro nome foi cunhado pelos machistas, se tomarmos Deleuze e Guattari, o machista , parte da forma-homem, o devir homem ocidental, o mais pesado que poderia haver, o que faz as guerras, e coloniza. Este é o devir maior. Enquanto, para os mesmos autores, há o devir mulher, o devir menor.
O termo para a mulher vem de Lesbos, a ilha mítica grega. Mas homens e mulheres estão na mitologia grega, um universos de deuses e deusas, os humanos mortais, os centauros, sátiros e faunos, entre outros.
A forma da família nuclear homem, mulher, filhos se permanece como uma forma de família, não possui hegemonia, felizmente, e a família vem mudando de muitas maneiras: casais de separam e constituem novos pares, e os filhos têm então, uma grande família, no melhor dos casos, nos novos lares e uniões de seus pais e mães.
E agora temos as famílias dos casais gays homens ou mulheres. Alguns adotam crianças, outros preferem ter filhos gerados, e um membro do casal seria o doador do esperma, no caso do par masculino, e no feminino, uma das mulheres é elegida pelo casal enquanto a mãe biológica. Há um filme que trata de um casal de mulheres e seus filhos, que vão em busca do pai, que no filme, é o pai dos filhos do casal de lésbicas.
O nome do amor entre homens também poderia vir dos antigos gregos, entre os quais, efebos tinham seu mentor, sendo natural na cultura um jovem ser iniciado amorosamente por um homem mais velho.
Este pequeno texto é uma ratificação ao termo veado que usei brincando com Jabor, que me parece sempre pejorativo, e não o uso. Jabor o usou para falar do diferente tratamento entre homens e mulheres gays. Viva as diferenças e a desconstrução das formas hegemônocas, tão pesadas e carregadas de sofrimento por cada um de nós.