Meus cacos
Ao primeiro eu entreguei as minhas lagrimas, para que delas lindas poesias fossem feitas.
E quando as lagrimas se secaram e apenas o sorriso queria aparecer, já não lhe era mais útil, afinal um poeta precisa de tristeza para sobreviver.
O segundo teve a menina impressionável.
A minha admiração estava lá sempre que ele precisasse.
Era cantor, filosofo, escritor, ator...
Só era ator.
O terceiro era uma menino perdido,
A quem, de tempos em tempos, minha mão guiava pelo caminho do meio de sua floresta interna.
Mas quando eu soltava sua mão, logo se perdia, não conseguia percorrer sozinho o seu caminho.
Para o quarto, sou a medium que encarna os fantasmas do passado e presente.
Ele odeia os seus fantasma, ele me odeia.
Para cada um deles, um caco de mim é dado e nada deles é pedido em troca.
E quando nenhum caco mais sobrar para formar quem sou, o que me restará?