Meus cacos

Ao primeiro eu entreguei as minhas lagrimas, para que delas lindas poesias fossem feitas.

E quando as lagrimas se secaram e apenas o sorriso queria aparecer, já não lhe era mais útil, afinal um poeta precisa de tristeza para sobreviver.

O segundo teve a menina impressionável.

A minha admiração estava lá sempre que ele precisasse.

Era cantor, filosofo, escritor, ator...

Só era ator.

O terceiro era uma menino perdido,

A quem, de tempos em tempos, minha mão guiava pelo caminho do meio de sua floresta interna.

Mas quando eu soltava sua mão, logo se perdia, não conseguia percorrer sozinho o seu caminho.

Para o quarto, sou a medium que encarna os fantasmas do passado e presente.

Ele odeia os seus fantasma, ele me odeia.

Para cada um deles, um caco de mim é dado e nada deles é pedido em troca.

E quando nenhum caco mais sobrar para formar quem sou, o que me restará?

kerexu
Enviado por kerexu em 06/03/2012
Reeditado em 06/01/2013
Código do texto: T3539179
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