O Texto

O texto deve ser lapidado,escolhido,garimpado,como serviço executado pelo ourives no momento de lidar com a jóia.Não deve o texto perambular pelas mãos de qualquer um,deve sim caminhar pelos dedos do certo,do justo,do culto,daquele que sabe dar ao contemporâneo da palavra tecido uma vida digna dos belos e ternos exemplos.

O texto não deve permanecer na boca dos mentirosos, nem dos que almejam fazer dele demagogia,utilizá-lo para provocar discóridia,nem mesmo apossar-se de sua palavras para fazer a guerra. O texto deve ser compreendido,interpretado em sua forma original. Deve ser encarado como algo severo,crítico,formal. Chega de dar contornos a sua tecitura.Parem com essa maneira subjetiva de encararem as coisas,principalmente o texto. Ele quer atenção,para isso só a razão poderá afagar-lhe. Dar-lhe carinho.

Precisamos dar visibilidade ao texto,colocá-lo entre os atores globais,levá-lo à mídia.Mostrar quem ele realmente é,que tens talento, e que esse não é simplesmente por seu rostinho bonito, seus cabelos sedosos ou cacheados,mas sim pela beleza de seu intelecto. O texto não precisa aparecer na novela das oito, nem mesmo pousar para uma revista masculina ou uma revista feminina,o texto é inteligente,tem vida,tem amor,tem dor.Chora com o sofrimento de seu semelhante,caminha com a solidão,atravessa às barreiras do destino,mas mostra-se robusto,vigoroso,quer caminhar traçando os caminhos belos que a vida lhe proporciona.Ele deseja dar ao seu povo vida digna,mas para isso não quer se meter na política,não quer fazer amizade com os políticos,quer apenas semear o amor aos seus cidadãos. Precisa de atenção também,mas quer ir mais longe...quer oferendar ao seu povo a dignidade que ele não conquistou,pois os que mandam nesse latifúndio decidiram que ler um texto não é importante.