Day by Day
Parece ser dificil para a maioria de nós admitir que a vida está passando. Rápido. Conseguimos fabricar produtos para voltarmos no tempo e encarar nossa juventude com a sabedoria dos dias atuais tentando nos convencer de que não eramos tão idiotas.
Estamos todos sentados, aguardando a hora de dormir. E ficamos deitados esperando a hora de acordar. Ou estamos dormindo enquanto andamos pelas ruas e não percebemos o lixo que nos fazem engolir.
Tentei fazer algo diferente hoje. Subi escadas, ajudei pessoas, desci escadas e fui ajudado. Tentei conversar com pessoas que eu realmente me importo, mas me senti um pouco tolo ao falar. Eu dizia, as palavras saiam, eu as olhava e as palavras sumiam. Não me contive, tive que sair desse estado de inércia absurdo.
É engraçado como as pessoas pensam coisas tão aleatórias no decorrer dos seus dias. Eu podia imaginar qualquer coisa a respeito de um ser humano, alto, egoísta, baixo, maluco, irritado, calado... Talvez para cada pessoa que eu vejo na rua eu crie uma identidade secreta para ela. Prevejo seus movimentos. Seus sonhos.
Acredito que eu nunca tenha acertado se quer um palpite sobre outra pessoa. Costumo errar até os meus. Mas hoje eu tive uma demonstração do tamanho do abismo que eu costumo enfrentar. Imaginaram que eu fosse um vilão, mas como assim eu pensei?
Que diabos de vilão seria eu? OK, eu bem poderia ser. Mas eu diria, não é?
Quero que me levem a sério, mas acabo fantasiando demais a minha vida aos meus olhos. Talvez isso seja muito ruim, mas porque eu me importaria com isso afinal? Eu amo o jeito que eu sou e eu amo o jeito que as outras pessoas são... talvez não o mesmo tipo de amor que eu sinto por mim, nem por ela, nem por eles. De fato, o amor é um cão dos diabos.