ONDE O MUNDO VAI PARAR?
Não tenho nada contra a pós modernidade, mas fico encafifado quando começo a pensar em muitas coisas que eram tão presentes na vida das pessoas em geral, porém, hoje estão em total desuso. Da vontade de cantar aquela música do Sérgio Brito: “Pare o mundo que eu quero descer!”
Hoje valorizamos mais as coisas do que as pessoas. Antigamente os filhos tratavam os pais de forma respeitosa, tomavam a benção, hoje, pai e mãe são chamados de você e cumprimento é um oi seco.
Enterro era feito a pé, e por onde o cortejo passava os botecos, farmácias e bazares iam baixando suas portas, quem estava de chapéu retirava-o e em reverência curvavam a cabeça, faziam o sinal da cruz ou pelo menos mantendo o silêncio solidário com a cortejo enlutado.
O respeito era total.
Alegria só era permitida naquela roda de amigos do morto e que permaneciam no quintal tomando café e proseando, contando causos, anedotas, mas isso tinha finalidade de espantar o sono, porque ninguém passa a noite acordado sem um motivo especial.
Passar em frente a igreja era algo que exigia reverência extremada tal como, parar de conversar, retirada de chapéus, bonés ou qualquer outra cobertura. Hoje, as pessoas entram na igreja de boné e pouco estão ligando para o ato litúrgico e o local onde se encontram. É claro que existem fiéis que ainda mantém os bons costumes, mas é uma espécie em extinção.
No Domingo de Ramos, valorizam mais as folhas de palmeiras do que Jesus para quem foram estendidas as palmeiras nos caminhos de Jerusalém. Na quaresma, valorizam mais o Bacalhau do Porto do que o Cristo que se entregou na cruz por nós.
Natal então, já não conta com os presépios e encenações do natalício de Jesus numa manjedoura. Natal é tempo de promoção nos Shoppings, muito panetones, chocolates, presentes, bebidas, pernil assado e por ai vai. Onde está Jesus? Talvez o perderam no templo...
Na escola tinha ordem unida, cantava-se o hino nacional brasileiro, comemorava-se o dia da árvore, cada classe cultivava um canteiro no jardim e os professores eram vistos como pessoas muito importantes, como realmente são. Lembro meu avô falando para minha irmã que quando crescesse, deveria ser uma professora. Hoje, os professores são agredidos, mortos, desrespeitados e isso não provoca uma comoção social em prol dos educadores. Onde é que estamos minha gente?
Aprendíamos a escrever cartas, redigíamos à vista de uma paisagem, hoje vivemos dias em que as pessoas modificam a escrita fazendo abreviações estapafúrdias, com estrangeirismos. Os termos chulos ganham os “facebooks” da vida e as redes sociais em geral.
Temos que declarar uma guerra sem armas e sem derramamento de sangue. Uma revolução deve ser levantada em prol do resgate de valores que estão se perdendo ou já se perderam no embrutecimento da sociedade que dá tanto valor para a comunicação, porém, se isola no individualismo.
Parodiando uma antiga propaganda de lançamento de um veículo nacional: “Onde este mundo vai parar.”