Luta contra um câncer

Em uma noite de quarta-feira, após três dias de trabalho de um Físico, o telefone toca: era um chamado de um médico oncologista. O Físico, especialista em Física - Médica, já suspeitara do que se tratava, ora vindo de um médico que trata de câncer, só poderia ser um paciente com esta doença terrível.

Ao chegar no hospital, o Físico se assustou, era o tio dele que estava prostado no leito da enfermaria. Logo entendeu que se o médico dissesse que era um parente dele ele se recusaria a tratar o moribundo. Todavia, ele era o único Físico da cidade com a habilitação para ajustar e calibrar os aparelhos de quimioterapia.

As sessões começaram e ele, mesmo sabendo mais que ninguém do perigo da radiação, ficava de mãos dadas com seu tio durante as sessões. Como se tratave de um tratamento bastante doloroso e o Físico sendo o responsável direto por tal procedimento, se sentia na obrigação de não deixar seu tio sozinho naquela situação.

Após seis sessões quimioterapia, o paciente teve uma melhora considerável. No entanto, após o câncer regredir, o moribundo sofreu um infarto fulminante e o Físico se decepcionou, pois mesmo com quatro anos de graduação em Física mais dois anos de especialização em Física-Médica, tendo salvado milhares de pessoas desta terrível doença, não conseguiu salvar uma das pessoas mais importantes para ele.

Ricardo Monjam
Enviado por Ricardo Monjam em 05/03/2012
Reeditado em 05/03/2012
Código do texto: T3536707