Silêncio

Tentei de todas as maneiras as vozes calar,

mas inutilmente estava só, à lutar.

Diversas vezes chorei

sem ninguém para ouvir.

Ao abismo me lancei

em queda-livre à cair.

Mesmo assim era torturada

dia e noite as vozes não calavam...

... choravam, gritavam, lamentavam.

Tentei subir, e do alto denovo me jogar

mas a morte me deixou

nem ela, tais vozes suportou.

O inferno de meu ser

tempestuoso

alma caída e lançada

ao fogo.

Mas o fim não existia

salvação não haveria

nem a lua apareceu

a escuridão, denovo prevaleceu.

Quando não havia saída

uma mão se estendeu

em nada eu seria digna

mesmo assim me socorreu.

Os gritos Ele abafou

de repente o silêncio ecoou.

Silêncio ou surdez

o que me aconteceu?

Um sonho ou pesadelo

talvez.

Os olhos pude abrir

e a luz, tão forte me doeu

as vozes não pude ouvir

ajudou a que descreu.

O que farei agora

se no fundo eu cheguei?

a queda de outrora

é a oportunidade que terei

para denovo subir

e quem sabe, o silêncio prevalecer.