Esta poesia é minha

Ouço dizer que o poeta não tem sua poesia como sua; dizem que a poesia é de quem a lê, quero que minha alma leia minhas poesias e, para isso, vou ensinar minha alma a ler.

Não quero nunca sair com ela da cartilha, quero que leia BA, quando se deparar com um B mais um A. Quero que tenha o entendimento mais simples, não escreverei empolado para ela, nada tornarei dourado, não escreverei entre linhas.

A tudo pintarei com suas respectivas cores, banirei os eufemismos, o casto e o rococó: a minha alma há de aprender a ler o puro, o simples, há de aprender a entrar no céu, ou no amor.

As metáforas serão montadas com figuras infantis, com nada quero minha alma assustar; não quero um poeta, vítima do tormento, para escrever seu poema, isso asfixia.

E mesmo que o poeta por tudo na vida se veja torturado, quero que uma alma criança se aproveite de um brinquedo chamado poesia, afinal a poesia é coisa séria, mas não deve entristecer a alma

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 05/03/2012
Reeditado em 06/03/2012
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