A diversidade de cores da vida

Somos herdeiros de milhares de anos de comportamentos contraditórios no que se refere nosso corpo,que criaram no passado,mas que continuam criando no presente muitos problemas.

Somos cercados por estereótipos populares que dizem: o corpo não significa nada ou o corpo é tudo para mim!Qualquer extremo é incompatível com a idéia do equilíbrio,tal como dizia Jung abordando o conceito da enantiodromia.Simplificando ao máximo esse princípio que ele considerava fundamental:consiste no fenômeno quase universal onde a pessoa tende a sustentar uma postura de forma exasperada,unilateral,negando qualquer via contrária ao próprio pensamento,chegando até mesmo a reprimí-la na ilusão de que aquilo que é reprimido já não existe.Mas,ao contrário existe e como existe!E quando vem à tona é quase sempre como numa repentina erupção vulcânica,isto é,forte e fora de controle.

Esse oscilar entre o corpo é nada e o corpo é tudo provoca ânsia.Nos nossos dias assistimos ao triunfo de um pólo, e sabemos bem qual é...o corpo é tudo!Faz-se de tudo pelo corpo,usam-se todos os meios à disposição,não se economizam gastos e meios na tentativa de modelar-se à forma perfeita,buscando a tal perfeição física,a beleza ideal.Um verdadeiro culto daquele corpo que se existisse em outros tempos não seria visto bem assim.

Na infância e adolescência,sobretudo nesta,nos preparamos para enfrentar o confronto e conflito com os outros,mas ao longo dos anos se espera uma auto-percepção,um olhar mais atento às próprias necessidades,ao que o corpo diz.Se é verdade que a saúde não é apenas ausência de doença,com o passar dos anos nosso corpo não cala,por vezes grita.Precisamos aprender a ouví-lo sem a santa ingenuidade ou arrogância da juventude,mas com a humildade e prudência de quem não quer se auto-enganar e passa do culto do corpo(exatamente porque o objeto do culto pode incutir temor e apreensão)ao respeito e ao cuidado.Comecemos pois a negociar com o nosso corpo,façamos pactos,acordos com nós mesmos!

Não nos deixemos enganar pelo senso comum como por exemplo,cada ser humano alcança apenas uma vez na vida o máximo da própria beleza,da sua eficiência e esplendor físico e psicológico e isso ocorre somente na juventude.Somos como agave,florescemos apenas uma vez na vida.Antes do florescimento somos imaturos e depois somos condenados a murchar mais ou menos lentamente.Pessoalmente não penso assim. Tenho a convicção de que o ser humano é capaz de gozar de múltiplas possibilidades de florescimento físico e espiritual ao longo da própria existência.Desejando e buscando pode ser capaz em algum modo de favorecer esse potencial no seu semelhante também.Seria este um sonho,uma utopia de uma simples mulher expressa através de um simples blog infantil? Pode ser,mas como afirmava o poeta e escritor italiano Danilo Dolci,'devemos sonhar os outros e nós mesmos exatamente como não somos e não somos ainda somente porque cada um de nós cresce apenas se primeiro tiver sonhado!'

Finalmente,se o mundo parece não cuidar bem da diversidade de cores de seus habitantes recorrendo às palavras de Gandhi ,'comecemos a ser a mudança que queremos ver no mundo!'

Bergilde
Enviado por Bergilde em 04/03/2012
Código do texto: T3535020
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.