As ondas do mar vão e vem. Com esse movimento proveniente das diferenças de temperatura e pressão, o vento sopra durante a noite, para dentro do mar e com isso os pescadores se beneficiam conduzindo seus barcos para a pescaria, longe da costa. Quando o sol aponta no horizonte, o vento sopra em direção ao continente devido à formação de uma corrente de alta para baixa pressão. Os pescadores, em seu regresso ao continente, são beneficiados por este fenômeno.
As cidades balneárias, em tempos passados e mesmo agora, sem nenhuma fiscalização ambiental de crescimento e desenvolvimento urbano, permitiram que prédios de 12, 15 e até mais andares fossem construídos na sua orla próximo da preamar alta, através da pressão imobiliária, traduzida pela ganância das grandes empresas, na conquista do espaço vertical mesmo numa cidade plana.
Pois bem, aquela temperatura agradável oriunda das ondas marítimas que deveria atingir toda cidade, é bloqueada pela muralha de prédios que cada vez mais, são construídos em tempo “Record”. Os blocos de cimento e ferro, invasivos absorvem o calor de dia e o mantém à noite para tristeza dos moradores e alegria dos pernilongos.
Um terreno baldio foi esquecido por algum tempo. Uma sequencia de movimentos de homens e máquinas se inicia; desmonte de casas ainda novas, escavação subterrânea para garagem, tapumes, barulho infernal de bate-estacas e outras modalidades, dá inicio a construção. O tempo passa....
Se alguém está acostumado a olhar para o chão para não levar um tombo nas calçadas irregulares de sua cidade, não se surpreenda quando olhar para cima, porque aquele terreno baldio visto anteriormente, já tem um espigão construído,bloqueando aquele espaço por onde passava aquela brisa do mar. E a MURALHA se completa.
Por esta e outras razões, a migração para o campo, está acontecendo em ritmo acelerado, com a construção dos loteamentos e condomínios fechados, longe do inferno que está se transformando as grandes cidades.