O canto da cidade
Ouvi um canto que não era um canto que se costuma ouvir na cidade. Às primeiras notas pensei ter imaginado ouvir o canto, afinal acordar nas primeiras horas da manhã de domingo e desfrutar de silêncio único para quem mora numa avenida de grande tráfego é um luxo que não desperdiço. Minutos depois ouvi novamente o canto. Suspeitei que fosse buzina, pois já ouvi mugido, hino de futebol, grito de Tarzan e outros sons sinistros pelas ruas.
Céu rosado. Guaíba com águas serenas. Café cheiroso. Uma fatia de pão integral... Enquanto sonhava assar um bolo de milho com erva doce. Daqueles de caixinha, que a arte culinária não foi ofertada pelas fadas madrinhas por ocasião do meu nascimento. De novo ouvi o canto.
Àquela altura da manhã os passarinhos já se mostravam saltitantes na velha paineira... A mesma paineira que faz parte de quase tudo que escrevo. Que já foi atingida por um raio, já foi objeto de depredação mais de uma vez, já foi condenada a ser derrubada e que foi salva outra vez graças à existência de um ninho de sabiá. Imaginem a minha felicidade agora ao ver a velha árvore recoberta de flores para deleite dos passarinhos. Do meu observatório no quinto andar avisto vários. Os pica-paus que estavam sumidos voltaram. Se um beija-flor é o mais bonitinho dos pássaros para algumas pessoas, o que dizer da graça e peripécias de um filhotinho de beija-flor?!
Pois bem, nesta cidade onde Quintana caminhou ainda há muitos passarinhos. Mas o canto que se repetiu a semana inteira não era o canto dos passarinhos. Hoje ao caminhar pelo bairro avistei o meu cantor de domingo. Numa encruzilhada, comendo sobras de uma oferenda estava o mais novo morador do bairro, um esperto galo amarelo.
Ouvi um canto que não era um canto que se costuma ouvir na cidade. Às primeiras notas pensei ter imaginado ouvir o canto, afinal acordar nas primeiras horas da manhã de domingo e desfrutar de silêncio único para quem mora numa avenida de grande tráfego é um luxo que não desperdiço. Minutos depois ouvi novamente o canto. Suspeitei que fosse buzina, pois já ouvi mugido, hino de futebol, grito de Tarzan e outros sons sinistros pelas ruas.
Céu rosado. Guaíba com águas serenas. Café cheiroso. Uma fatia de pão integral... Enquanto sonhava assar um bolo de milho com erva doce. Daqueles de caixinha, que a arte culinária não foi ofertada pelas fadas madrinhas por ocasião do meu nascimento. De novo ouvi o canto.
Àquela altura da manhã os passarinhos já se mostravam saltitantes na velha paineira... A mesma paineira que faz parte de quase tudo que escrevo. Que já foi atingida por um raio, já foi objeto de depredação mais de uma vez, já foi condenada a ser derrubada e que foi salva outra vez graças à existência de um ninho de sabiá. Imaginem a minha felicidade agora ao ver a velha árvore recoberta de flores para deleite dos passarinhos. Do meu observatório no quinto andar avisto vários. Os pica-paus que estavam sumidos voltaram. Se um beija-flor é o mais bonitinho dos pássaros para algumas pessoas, o que dizer da graça e peripécias de um filhotinho de beija-flor?!
Pois bem, nesta cidade onde Quintana caminhou ainda há muitos passarinhos. Mas o canto que se repetiu a semana inteira não era o canto dos passarinhos. Hoje ao caminhar pelo bairro avistei o meu cantor de domingo. Numa encruzilhada, comendo sobras de uma oferenda estava o mais novo morador do bairro, um esperto galo amarelo.