Ainda é cedo

O ponteiro do relógio marcava três, e um velho sofá era meu divã, sábado e chuva geralmente não combinam porém é mais preciso que ocorra tremenda ironia em minha rotina.Falando da primeira pessoa conjugando errado o verbo certo, estar, simplesmente parar em meu próprio tempo de que tanto reclamo , mas foi quem me criou.

As nuvens eram densas e escuras como a minha decisão a respeito de mim, não sabia se era o sol ou a lua, se era de Marcelo ou de Aline, e de nada criei meus pensamentos tão vazios quanto minha sala de estar.

Estar, estava, assim, sozinha, e um dia fui de alguém, fui de Marcelo, fizemos planos e festa pro futuro que sabia que não existiria, tinha 15, ele 22, eram números e teorias que nos envolvia, dois eram os dias que nos víamos por semana e o mesmo o que transávamos, muitos eram meus problemas, poucos os dele,um , Aline, sua irmã, e por mero desastre minha professora de matemática , e assim estávamos em uma rota da fortuna onde todos perderam.

Eu o quis!

Aline tinha 30, ex-narcótica,fã de Caetano e o senhor Russo,tinha duas filhas ,alguém, assim, poeta ,ela também era, sim, indecisa e depois seguir seus passos,deixando seu marido, e eu o seu irmão.

Gostávamos de rock'n roll, de trilhas e Jack Daniel, e em uma noite de chuva nos vimos perdidas na sala dela, que de mestre virou amiga , e depois um pouco mais, nos tocamos, mas não queria , a droga subiu pra cabeça e depois começou a descer pro coração, e durante a ressaca nos envolvemos e algo que nunca existiu.

Ainda gostava de Marcelo e não de Aline, mas não sabia mais quem eu era, e meu psicologo era o tempo.

Guardei em segredo, mas como a mentira ele tinha a perna curta e o tempo o pegou, minha mãe descobriu, e não havia eu e Marcelo nem eu e Aline, nem eu havia mais, somente o nada em meus dedos e boca seca.

Ele me deixou, e ela me desejava desde o inicio, trocou o marido e continuou sozinha, ela me ensinou álgebra e depois o que é ser mulher para outra, e então terminamos o que nunca começou, nos ofendemos e ficamos não tão bem, mas melhor do que o noivo abandonado no altar, ele era evangélico e isso foi o fundo do poço, me amava e eu? sem chace , precisava de Aline , do Marcelo e de mim, mais acabei com Ninguém e ainda sem minha mãe.

Não sabíamos o que era aquilo, não estava com ela mas precisava estar, nunca gostei de verdade, apenas estava confusa tentado descobrir o que era aquilo, ainda era cedo, estava e agora não mais, mudei de país, de estado e cidade, agora sem mais notícias permaneço em silêncio comigo mesma.

Thaísa Yukari
Enviado por Thaísa Yukari em 03/03/2012
Reeditado em 27/03/2012
Código do texto: T3532790
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