Homens máquina
Este texto foi escrito em 20 de junho de 1982, como o texto de número 171, para ser um dia publicado. Entendo que a maior parte dele ainda é verdadeira hoje.
No alvorecer da consciência de alguns
Encontra-se a estupefação pelo sistema
Que nos outorgam e que nos fazem crer que desejamos
Que apoiado e sustentado pela minoria
Priva e destrói lentamente a maioria
Fazendo-nos coniventes e acima de tudo
Acreditando que é o que realmente desejamos
E que é o que mais dignifica a humanidade social da qual somos parte integrante.
Um sistema podre
Repugnante
E em muitos casos até nojento
Que propositalmente
Reprime a consciência humana
Adormecendo e entorpecendo nossa racionalidade crítica
Nos levando a um quase estado de total estagnação
Nos tornando seres alienados
Fazendo do homem, não um ser humano em verdade
Mas uma máquina, um homem robô, um homem levado pela massa e pelas falácias
Um homem que precisa produzir, ... e produzir
Sempre e cada vez mais produzir
Que de preferência não pense, não reaja, não busque respostas
As respostas que “precisamos”, o próprio sistema nos impõem
Este sistema viciado e desumano socialmente
Nos inibe a criatividade e a revolta
Destorce a realidade e nos faz crer na realidade que ele cria.
Este sistema
Planejado por homens
Por alguns que dele se locupletam
Planejado não para dignificar e engrandecer a todos
E sim para enobrecer alguns, uma elite
Que abraçado ao poder e ao capital
Vende uma ideologia e uma catequese que nos faz omissos e conformados
Este sistema liberal capitalista, oligárquico e avarento
Este sistema feito para que os grandes subam mais ainda
Os que já possuem, mais ainda possuam
E que os pequenos se calem
Sofram a ilusão da esperança futura
Que se acomodem ao preconceito e a exclusão
Este sistema feito para que os médios se prendam ao medo de tudo perder
E naturalmente se calem frente à desumanidade social que este sistema mais que cria, necessita para se manter
Este sistema feito na base do cada vez mais ter
Da falácia da igualdade de oportunidades para todos
Este sistema que não presa o ser social
E que olha a coletividade apenas como mão de obra disponível e barata
Que valoriza os gananciosos e os ambiciosos
Que nos faz crer que nosso ideal de vida é chegar um dia a ser rico e poderoso
Mas que nos esconde por traz da falácia de que as oportunidades são iguais
Que nos trai, nos fazendo não perceber que igualdade de oportunidades é uma mera figura de linguagem útil para o sistema e para alimentar nossa esperança, que é a pá de cal em nossa possibilidade de revolta.
Um sistema que não presa o ser, o cada vez mais ser
Este sistema onde quem tem é e pode cada vez mais ser
Este sistema onde quem não tem, não merece sequer ser.
Um sistema onde tudo é feito para consumo
Planejado e produzido para duração curta
Um sistema onde o viver se restringe ao ter
Quem não possui que sobreviva como puder
Um sistema onde a moral
É sempre e cada vez mais destruída e vilipendiada
Onde as religiões, em sua natural e antagônica linha de princípios e interpretações
Se arvoram mesmo assim como as únicas defensoras e responsáveis pela verdadeira ética humana
A este infinito de confusão
Dão o nome de liberalismo
Mas sequer querem falar de liberalismo social e humano
Mas com a força do poder financeiro e político que têm nos impingem apenas o liberalismo econômico
Um sistema que marginaliza as mães solteiras
Um sistema que marginaliza os homossexuais
Um sistema que marginaliza a pobreza, mais ainda, o negro pobre
Um sistema que não percebe a miséria social e humana que cria
Um sistema que esconde poderosos, clérigos ou ricos pedófilos
Um sistema que só precisa dos humanos como mão de obra barata
Não de pessoas esclarecidas, que saibam e que conheçam
Mas de pessoas capazes apenas de executar o que o sistema necessita
Um sistema que vende a ideia de valorizar a educação, mas que a mantem sem recursos, quando esta é para o povo, e que realmente valoriza a educação dos ricos e poderosos
Um sistema que necessita tão-somente de gente bitolada e limitada intelectualmente
Um sistema que necessita de homens máquina
Um sistema que não necessita de seres humanos e sim de peças de reposição e de robôs para produção.
Este texto foi escrito em 20 de junho de 1982, como o texto de número 171, para ser um dia publicado. Entendo que a maior parte dele ainda é verdadeira hoje.
No alvorecer da consciência de alguns
Encontra-se a estupefação pelo sistema
Que nos outorgam e que nos fazem crer que desejamos
Que apoiado e sustentado pela minoria
Priva e destrói lentamente a maioria
Fazendo-nos coniventes e acima de tudo
Acreditando que é o que realmente desejamos
E que é o que mais dignifica a humanidade social da qual somos parte integrante.
Um sistema podre
Repugnante
E em muitos casos até nojento
Que propositalmente
Reprime a consciência humana
Adormecendo e entorpecendo nossa racionalidade crítica
Nos levando a um quase estado de total estagnação
Nos tornando seres alienados
Fazendo do homem, não um ser humano em verdade
Mas uma máquina, um homem robô, um homem levado pela massa e pelas falácias
Um homem que precisa produzir, ... e produzir
Sempre e cada vez mais produzir
Que de preferência não pense, não reaja, não busque respostas
As respostas que “precisamos”, o próprio sistema nos impõem
Este sistema viciado e desumano socialmente
Nos inibe a criatividade e a revolta
Destorce a realidade e nos faz crer na realidade que ele cria.
Este sistema
Planejado por homens
Por alguns que dele se locupletam
Planejado não para dignificar e engrandecer a todos
E sim para enobrecer alguns, uma elite
Que abraçado ao poder e ao capital
Vende uma ideologia e uma catequese que nos faz omissos e conformados
Este sistema liberal capitalista, oligárquico e avarento
Este sistema feito para que os grandes subam mais ainda
Os que já possuem, mais ainda possuam
E que os pequenos se calem
Sofram a ilusão da esperança futura
Que se acomodem ao preconceito e a exclusão
Este sistema feito para que os médios se prendam ao medo de tudo perder
E naturalmente se calem frente à desumanidade social que este sistema mais que cria, necessita para se manter
Este sistema feito na base do cada vez mais ter
Da falácia da igualdade de oportunidades para todos
Este sistema que não presa o ser social
E que olha a coletividade apenas como mão de obra disponível e barata
Que valoriza os gananciosos e os ambiciosos
Que nos faz crer que nosso ideal de vida é chegar um dia a ser rico e poderoso
Mas que nos esconde por traz da falácia de que as oportunidades são iguais
Que nos trai, nos fazendo não perceber que igualdade de oportunidades é uma mera figura de linguagem útil para o sistema e para alimentar nossa esperança, que é a pá de cal em nossa possibilidade de revolta.
Um sistema que não presa o ser, o cada vez mais ser
Este sistema onde quem tem é e pode cada vez mais ser
Este sistema onde quem não tem, não merece sequer ser.
Um sistema onde tudo é feito para consumo
Planejado e produzido para duração curta
Um sistema onde o viver se restringe ao ter
Quem não possui que sobreviva como puder
Um sistema onde a moral
É sempre e cada vez mais destruída e vilipendiada
Onde as religiões, em sua natural e antagônica linha de princípios e interpretações
Se arvoram mesmo assim como as únicas defensoras e responsáveis pela verdadeira ética humana
A este infinito de confusão
Dão o nome de liberalismo
Mas sequer querem falar de liberalismo social e humano
Mas com a força do poder financeiro e político que têm nos impingem apenas o liberalismo econômico
Um sistema que marginaliza as mães solteiras
Um sistema que marginaliza os homossexuais
Um sistema que marginaliza a pobreza, mais ainda, o negro pobre
Um sistema que não percebe a miséria social e humana que cria
Um sistema que esconde poderosos, clérigos ou ricos pedófilos
Um sistema que só precisa dos humanos como mão de obra barata
Não de pessoas esclarecidas, que saibam e que conheçam
Mas de pessoas capazes apenas de executar o que o sistema necessita
Um sistema que vende a ideia de valorizar a educação, mas que a mantem sem recursos, quando esta é para o povo, e que realmente valoriza a educação dos ricos e poderosos
Um sistema que necessita tão-somente de gente bitolada e limitada intelectualmente
Um sistema que necessita de homens máquina
Um sistema que não necessita de seres humanos e sim de peças de reposição e de robôs para produção.