POR QUE EU ESCREVO
 


 

E então veio a vontade de escrever. Minha necessidade de palavras está intimamente ligada ao sentimento. Um afeto que não se dedica – ou simplesmente existe – e permanece em aberto como toda página em branco parece estar.

 

Não sou o que escrevo porque isto está além de mim. A consciência do que me limita e diferencia daquilo que é exposto em frases que se encaixam para contar uma história é um conforto e um confronto; alguma parte da minha alma alimenta o desejo de ter o que expressar. Não importa o quanto eu mesma calei.

Não escreveria sem esta força: abençoada resistência que se opôs a mim. Não. O mundo não é cruel. Nem sou inocente. Escrevo porque perdi, entre outras coisas, a inocência. No entanto há uma alegria nisso. Um contentamento herege. Talvez a marca daqueles que sobrevivem a si mesmos.







(*) IMAGEM: Google

 
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Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 02/03/2012
Reeditado em 24/11/2019
Código do texto: T3531122
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