Caroneiro do Destino
Nas asas venturosas de um destino brincalhão, vaguei por incontáveis sóis e por infinitas luas, para manter-me ao redor de ti.
Ocupei lugares estratégicos em tua vida, pela necessidade de ter-te sob o meu contato visual.
Testemunhei o teu sorriso primeiro, entre as algemas de um compromisso em declínio e ainda, o sentimento que insistia em transmitir o mar-de-rosas, que só existia em teus sonhos. Na verdade, eram os reclames de um coração que esmolava as migalhas sobejadas de um amor fracionado, que te seria por direito o todo e o tudo.
Presenciei as tuas agruras, quando agarrando-te aos últimos fios de esperança, tentavas acrescentar pelo menos um parágrafo ao capítulo de uma história, cujo destino havia determinado um ponto final.
Contemplei orgulhoso o teu ressurgir dos escombros e das cinzas, como a fênix, para alçares um vôo definitivo e audaz, explorando universos que outrora nem os sonhos te ousavam favorecer.
Vi teus tropeços, um por um. Na tentativa de afugentar a solidão, experienciaste o gosto amargo de certos devaneios, que te custaram penosas lições. Porém, com a qualidade de excelente estudante que te é peculiar, tiraste de letra como o fará, em qualquer que seja à avaliação que a vida propuser-te.
Silenciei tudo o que me ia à alma e recuei quando necessário. Não era a minha felicidade em jogo, portanto, para ver-te feliz, por muitas vezes engoli em seco a minha sensação de “Passado”.
Não! Eu nunca me senti derrotado. O destino nos tem separado temporariamente, mas tão logo reaproxima-nos, sem qualquer mágoa, sem qualquer constrangimento.
Hoje, não censuro a minha sorte. Afinal, afirmo sem receio, que jamais alguém passou pela tua vida compreendendo deveras, o bem que proporcionas a outro ser humano, que contigo almeja crescer.
Eu descobri a tua verdadeira essência. O teu “Eu” interior, que se põe acima da beleza que tens, e que conseqüentemente, me fará por incontáveis sóis e por infinitas luas, continuar a minha viagem nas asas desse destino brincalhão, acercando-me de ti. Isto se deve ao bem de minha alma solitária que encontra na tua alma, o verdadeiro sentido de existir.
José Carvalho