Atrás das cortinas

Dona divina dama, poderia usufruir desse título para bem viver, mas não, achava-se superior a todos . Dona da verdade, contava com falsos amigos e por isso recebia elogios desmerecedores por causa da maldade que roubava-lhe a única chance de ser feliz. Onde andaria aquele que tirou-lhe o verdadeiro sentido da vida ? Relutando atrás da sorte, foi-se ela em busca de um novo amor. Mas... Onde andaria aquele que causou-lhe tanta dor? A vingança... ah! chama acesa que não a deixava em paz, não consentia que a dama respirasse sem ressentimentos, e tudo o que ela queria era ver-lhe padecer sob funesta sorte, e por fim restaria pra ele a tão inefável morte. Enganoso é o coração daquele que perde-se nas suas próprias palavras, que fere a carne e nem sente que é infeliz!

Dona divina dama carregava na madre um filho, um insensível ser que a fizera convalescer depois que morrera para vida, sentindo ainda fragmentos dessa deturpada relação, mas cheia de pura devoção ao desatinado dono de uma mistura de dó e paixão. Rendendo-se ao vicio do prazer, e mesmo sem tentar se envolver ele pertencia a um mundo esculpido de fantasias e nem mesmo por míseros momentos a tristeza deixava a mulher invulnerável ficar triste e se abater. Talvez fosse esse o segredo da dama nunca saber perder. Seu coração seria de pedra? Nunca demonstrava a sua agonia, a mulher naturalmente padeceria se não fosse sua rigidez e frieza pelas armadilhas que o destino a conduzira. Ninguém via suas lágrimas, ninguém conhecia seu lamento. Somente atrás das cortinas do seu amargo viver ela manuseava a sua lastimável sina.

ARTESGS
Enviado por ARTESGS em 28/02/2012
Reeditado em 28/02/2012
Código do texto: T3526059