Quase armei a maior confusão

 

 

Hoje é terça-feira, dia da faxineira. Preocupada em abrir a porta, acordei assustada. Ainda estava escuro, virei na cama e dormi outra vez. De repente abri os olhos, o sol entrava pelas frestas da veneziana. Nossa, oito horas! Corri para a cozinha. Ninguém do lado de fora. Preparei o café, arrumei a mesa e sentei-me para a refeição matinal, que adoro tomar bem sossegada. O marido acordou e me fez companhia. Tudo acabado, fiquei pensando que a moça não vinha mais. Será que aconteceu alguma coisa?... Ela não costuma faltar, nem telefonou para avisar... Vai ver arranjou outra casa bem no meu dia, depois vai pedir pra mudar... E eu vou aceitar? Sei lá... Melhor é lavar logo essa louça. Assim que abri a torneira os cachorros começaram a latir. Ela chegou e com a cara mais lavada me cumprimentou sem falar nada de especial. Respondi meio seca e saí de perto, achando mais prudente discutir o assunto no final do expediente. Eu sou boazinha, aqui não precisa chegar às sete horas como em outras casas, às oito está bom. Atrasar um dia ou outro, vá lá, mas chegar às nove horas!

 

Ainda bem que tudo isso ficou rodando lá na minha cabeça, nenhuma palavra saiu pela boca. Depois que deixei a cozinha é que me dei conta. Caí na gargalhada.

 

Como passei o fim-de-semana em São Paulo e só voltei segunda à noite, nenhum relógio aqui de casa foi alterado. Todos ainda marcavam o horário de verão!