EGOLATRIA.

Ninguém da mais sagaz observação até a menor percepção, desconhece a extrema necessidade do homem de aparecer. Tal perfil do ser humano está em toda sua caminhada a partir da consciência formada. Só o maravilhoso ser nominado criança está distante dessas inferioridades.

É a mais excelente forma humana que habita o planeta, a criança, e por isso é tão amada, por dar o amor incondicionado de sua alegria, de seu sorriso envolvente, vestido de inocência, sem ter discernimento se irá ou não aparecer, E POR ISSO APARECE.

Incomodam essas veleidades primárias da corrida para o encontro de aplauso, fama e similares da festa da egolatria.

Inferioridades do espírito, que se de subida sensibilidade, sempre estará distante de sombras. Só eu tenho direito, só eu posso, eu sou o melhor, eu tenho talento, os outros não, eu, eu, eu....

Esse sentimento indesejado atinge por vezes quem tinha obrigação de estar em outro plano, onde todos devem ser respeitados, independente de suas qualificações e predicados, ao menos não sendo ofendidos em gênero como imbecis e idiotas, como se vê distribuído em granel...fartamente.

O gênero, a ofensa em gênero não afasta, antes engloba coletivamente, e quem faz parte do gênero ofendido tem direito de retorsão; esclareço.

Sinto hoje de minha experiente e vetusta jornada que o ofensor é na realidade o ofendido, principalmente o ofensor ególatra, que nada é quando atinge em gênero, porque nada foi, pensa que foi, precisa pisar nos outros por pisar em seus próprios recalques.

Incomoda no sentido da comiseração por ver que tais seres nada mais veem além de um metro adiante, tropeçando nos próprios passos de afogadilho na febril vontade da insana projeção, querendo excluir a todos. É a própria imbecilidade do imbecil que se quer ofender. Adjetivo que quer nos outros em gênero quando é “ dominus” de seu patrimônio.

Nada sabe de ilusão o ególatra, desconhecendo o espelho que o projeta, e seu revés, a realidade protagonizada.

As árvores vão alto na busca do céu por fincarem no chão suas raízes, o solo é o interior. Quanto mais altura mais se lançam para o fundo, abrindo espaço na terra a procurar fortalecimento de seu tronco que quer arranhar as alturas, subir, crescer....e respeitar o céu respeitando todos, independente do que estudaram, ou possuem. É a descoberta do que presta em nós, o interior, longe da egolatria que visa sempre o exterior, superficial e pobre espiritualmente.

As árvores são bons exemplos....para a decaída sociedade. Se não fortificam seu interior, buscando crescimento, a queda será inevitável frente ao mundo das realidades.

Ególatras, como os há....Coberto deles o mundo vai se esvaindo em valores, não valores de propriedades ou títulos por vezes medíocres, mas do que presta como pessoa, ser gente, respeitar as gentes. E as leis dão essas balizas, não só a ética e a boa educação.

Está na decadência do ser, o querer ser....

A egolatria reflete o egocentrismo e todos os egoísmos do “eu”.

Pena que seja assim, poucos veem aonde estaria a harmonia pessoal que abraça a pacificação do planeta.....crescer como pessoa.

Egolatria, uma vertente da psicopatia menos agressiva e de baixo poder ofensivo que sempre pautou a sociedade e não permite que ela melhore................

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 27/02/2012
Reeditado em 09/07/2013
Código do texto: T3523866
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