FEBERECANTO (Festival de Besteiras do Recanto)
A minha crônica "Releituras de um site literário_4_ O meu Recanto era de Letras", postada em 20/01/2012, por coincidência, no mesmo dia da postagem do texto "Passando pelo Recanto", de Nana Okida, e as crônicas posteriores "Os leitores do Recanto" (08/02/2012) e "Querem liquidar com o Recanto" (23/02/2012), de autoria de Jorge Cortás Sader, levantaram uma polêmica discussão sobre a progressiva perda da qualidade literária do site Recanto das Letras - que congrega mais de 50.000 autores e já foi referência para boa leitura na mídia virtual - ocasionada por alguns bons motivos, a saber:
1. O acesso fácil e ilimitado ao Recanto das Letras de qualquer usuário, seja ele um autor literário ou amante das letras, um idiota de carteirinha ou um imbecil e contumaz perseguidor virtual;
2. Grande maioria dos usuários descomprometidos - por incompetência ou por estar à procura de simples diversão - com uma literatura de boa qualidade, passam a desfrutar, através de várias manobras, inclusive tornando-se um "carimbador de escrivaninhas", de um largo círculo de comentaristas habituais, o que lhes vale um número espantoso de leituras e/ou comentários, na maioria das vezes, a textos pueris ou de mau gosto literário;
3. Sob a alegação de que é preciso preservar a liberdade de expressão, cuja tradução é: "Todos são livres para assassinarem publicamente o conhecimento e o bom senso", ou a liberdade de leitura, cuja tradução é: "Todos somos obrigados a conviver com a publicação de mau gosto literário", grande parte dos autores sérios do Recanto se negam a discutir ou condenar esse lamentável estado de coisas, quando não o justificam por uma suposta grande popularidade do mau autor.
4. Dessa forma, tornam-se cúmplices desse festival de besteiras literárias, lavando as mãos, enquanto outros, os afins, com os seus estimulantes aplausos inconsistentes ou levianos, vão marcando o site com um perigoso e crescente avanço da literatura de mau gosto.
Há muitos bons autores no Recanto das Letras - muitos mesmo! - e, de vez em quando, me deparo com um texto de superior qualidade, capaz de levar ao deleite literário qualquer leitor mais exigente. Esses - que honram as tradições do Recanto de Letras - estão divididos em dois grupos: os que repudiam a prática da má literatura neste site e os que se negam, por omissão ou comodismo, a tomar uma posição corajosa sobre o assunto. Para estes, vale repetir o pensamento de Arthur Schopenhauer que, já no século XVIII, berrava a plenos pulmões contra a má literatura que somente empobrece o espírito.
"O que acontece na literatura não é diferente do que acontece na vida: para onde quer que se volte, depara-se imediatamente com a incorrigível plebe da humanidade, que se encontra por toda a parte em legiões, preenchendo todos os espaços e sujando tudo, como as moscas no verão."
"É preferível então pensar que quem escreve para loucos encontra sempre um grande público..."
"Livros maus são um veneno intelectual: estragam o espírito. A condição para ler obras boas é não ler obras más, pois a vida é breve, e o tempo e as forças são limitados. "
(Fragmentos extraídos da obra " Da Leitura e dos Livros, de Arthur Schopenhauer)
A minha crônica "Releituras de um site literário_4_ O meu Recanto era de Letras", postada em 20/01/2012, por coincidência, no mesmo dia da postagem do texto "Passando pelo Recanto", de Nana Okida, e as crônicas posteriores "Os leitores do Recanto" (08/02/2012) e "Querem liquidar com o Recanto" (23/02/2012), de autoria de Jorge Cortás Sader, levantaram uma polêmica discussão sobre a progressiva perda da qualidade literária do site Recanto das Letras - que congrega mais de 50.000 autores e já foi referência para boa leitura na mídia virtual - ocasionada por alguns bons motivos, a saber:
1. O acesso fácil e ilimitado ao Recanto das Letras de qualquer usuário, seja ele um autor literário ou amante das letras, um idiota de carteirinha ou um imbecil e contumaz perseguidor virtual;
2. Grande maioria dos usuários descomprometidos - por incompetência ou por estar à procura de simples diversão - com uma literatura de boa qualidade, passam a desfrutar, através de várias manobras, inclusive tornando-se um "carimbador de escrivaninhas", de um largo círculo de comentaristas habituais, o que lhes vale um número espantoso de leituras e/ou comentários, na maioria das vezes, a textos pueris ou de mau gosto literário;
3. Sob a alegação de que é preciso preservar a liberdade de expressão, cuja tradução é: "Todos são livres para assassinarem publicamente o conhecimento e o bom senso", ou a liberdade de leitura, cuja tradução é: "Todos somos obrigados a conviver com a publicação de mau gosto literário", grande parte dos autores sérios do Recanto se negam a discutir ou condenar esse lamentável estado de coisas, quando não o justificam por uma suposta grande popularidade do mau autor.
4. Dessa forma, tornam-se cúmplices desse festival de besteiras literárias, lavando as mãos, enquanto outros, os afins, com os seus estimulantes aplausos inconsistentes ou levianos, vão marcando o site com um perigoso e crescente avanço da literatura de mau gosto.
Há muitos bons autores no Recanto das Letras - muitos mesmo! - e, de vez em quando, me deparo com um texto de superior qualidade, capaz de levar ao deleite literário qualquer leitor mais exigente. Esses - que honram as tradições do Recanto de Letras - estão divididos em dois grupos: os que repudiam a prática da má literatura neste site e os que se negam, por omissão ou comodismo, a tomar uma posição corajosa sobre o assunto. Para estes, vale repetir o pensamento de Arthur Schopenhauer que, já no século XVIII, berrava a plenos pulmões contra a má literatura que somente empobrece o espírito.
"O que acontece na literatura não é diferente do que acontece na vida: para onde quer que se volte, depara-se imediatamente com a incorrigível plebe da humanidade, que se encontra por toda a parte em legiões, preenchendo todos os espaços e sujando tudo, como as moscas no verão."
"É preferível então pensar que quem escreve para loucos encontra sempre um grande público..."
"Livros maus são um veneno intelectual: estragam o espírito. A condição para ler obras boas é não ler obras más, pois a vida é breve, e o tempo e as forças são limitados. "
(Fragmentos extraídos da obra " Da Leitura e dos Livros, de Arthur Schopenhauer)