O VAGA-LUME
Por Carlos Sena
Por Carlos Sena
O que é a vida? A vida não é nada se você entender que se fosse tudo era eterna. A vida seria tudo se você entendesse que "sendo tudo" seria perfeita e não é. Contudo, sabemos que a vida nem é perfeita por não ser eterna, mas também não pode ser considerada a nada, posto que nada é um componente filosófico existencial. Porém a vida pode ser nada para o ateu e tudo para o à toa. Nada porque ao ateu só lhe resta o resto do verbo que ninguém quis. Se ninguém quis ele quer porque não há bom ateu sem ser polêmico na sua tergiversação. Por outro lado o à toa gosta de dizer que a vida é tudo, porque sendo tudo ele permanece vivo na pluralidade de conceitos e acontecimentos que a vida oferece e, quando isto não é possível, ele inventa. Sendo a vida tudo ela deveria se justificar em si. Sendo a vida nada ela deveria ser legítima e, neste caso, não se permitiria vida na forma como é hoje, com pessoas pensando, agindo e sentindo. A vida sendo tudo acabava como forma de religião que leva o povo a se apegar por conta do medo da morte. Sendo a vida nada, o medo da morte deveria não existir. Mas entre a vida como tudo e a vida como nada, o comum é a morte... Então a gente lembra-se daquela historinha do vaga-lume que olha pro céu e diz que gostaria de ser aquela estrela brilhante. A estrela brilhante olha pro sol e diz que gostaria de ter aquele clarão e o sol, por sua vez, olha pra baixo e diz que gostaria de ser aquele vaga-lume com sua luz tão piscante...