MORTE. AMOR.
Recebi de nobilíssima amiga, Heleida Nobrega, texto que reduzo à essência:
“Um homem morreu intempestivamente..... se aproximava um ser .. (levava) uma maleta consigo .. lhe disse: Sou a morte.
O homem, assombrado, perguntou à morte:
Tinha muitos planos para breve.
- Sinto...é o momento da tua partida.
- Que trazes nessa maleta?
E a morte lhe respondeu:
- Os teus pertences.
- Os meus pertences? São as minhas coisas, as minhas roupas, o meu dinheiro?
- Não, amigo, as coisas materiais que tinhas, nunca te pertenceram. Eram da terra.
- Trazes as minhas recordações?
- Não amigo, essas já não vêm contigo. Nunca te pertenceram. Eram do tempo.
- Trazes os meus talentos?
- Não amigo, esses nunca te pertenceram. Eram das circunstâncias.
- Trazes os meus amigos, os meus familiares?
- Não amigo, eles nunca te pertenceram. Eram do caminho.
- Trazes a minha mulher e os meus filhos?
- Não amigo, eles nunca te pertenceram. Eram do coração.
- Trazes o meu corpo?
- Não amigo, esse nunca te pertenceu...(é) propriedade da terra.
- Então, trazes a minha alma?
- Não, ....nunca te pertenceu. Era do Universo.
Então o homem, cheio de medo, arrebatou à morte a maleta e abriu-a e deu-se conta de que estava vazia. Com uma lágrima de desamparo a brotar dos seus olhos, o homem disse à morte:
- Nunca tive nada?
- Tiveste, sim, meu amigo. Cada um dos momentos que viveste foram só teus. A vida é só um momento. Um momento todo teu. Desfruta-o na sua totalidade.”
Como contraditar a única verdade com crueza exposta?
Não existem recursos oponíveis à verdade absoluta. Única certeza...na incerteza da jornada.
Respondi, de qualquer forma, o que me chegou para refexão. E o fiz diante da gigantesca obviedade, ainda que tema recorrente de nosso arcabouço, mas faz trepidar.
Disse então:
Enfrentar nossas fragilidades..... NUNCA É FÁCIL......PENSAMOS QUE O AMOR NOS PERTENCIA, BASTAVA ELE, MAS É PURA MEMÓRIA.
SERÁ AO MENOS MEMÓRIA, O QUE DESCONHECEMOS?
NOS FOI AMPLAMENTE ENSINADO, O AMOR....E PRATICADO LARGAMENTE.
Há uma coroação conquistada nessa prática, praticar o amor, devemos fazê-lo, ele trará a sublimação que se casa com a sinceridade e passeia de braços dados longamente com a felicidade possível, o momento..........o “carpe diem".
É o coroamento de nossa existência material, que se funde com a sinceridade, inicio e fim de tudo, e sobe a montanha para dissolver-se na amplidão da eternidade.... no derradeiro momento.
Ninguém pode ser um momento ou momentos, mas a vida, uma vida inteira de momentos, que foram de todos, não só nossos, somos uma vida, independente de viver o agora, que será imemorial, mas energia, que é luz.... volátil de alguma forma.........conforta ter consciência absoluta que a alma é do universo, o pensamento que carregamos com a matéria.