Sem Tempo Pra Chorar Derrotas
O tempo que vivo não me permite ser refém de medos ou tristezas. Meu mundo é frenético, cheio de obstáculos e possibilidades que se eu não agarrá-las outro o fará.
Nunca fui adepto de vitimismos, pelo contrário, sou prático, rápido e com objetivos claros.
Lembro de um período que minha família e eu fomos pegos de surpresa no lugar que mais incomoda: o bolso. Imagine uma família com 6 pessoas acostumadas a uma vida aceitável, fruto do salário de um servidor público, que de uma hora pra outra se veem obrigados a reduzir/cortar tudo o que é supérfluo porque todo o dinheiro que tínhamos na conta eram R$ 35,00 para pagar uma despesa mensal que, por baixo, era de uns R$ 6.000,00.
Fizemos o que tinha de ser feito – o que não é fácil, mas é o certo, necessário -, tiramos todas as lâmpadas excedentes, passamos a utilizar um banheiro apenas, cortamos gastos com cartões de crédito, telefone, faculdade, saídas, cinemas, viagens e qualquer outro tipo de lazer. Meu pai continuou seu trabalho, minha mãe voltou a trabalhar limpando lojas, minhas irmãs e eu também trabalhávamos e todos nós tínhamos uma meta bem específica: sair da crise. Uma crise que foi criada pela má administração da renda familiar, que era na maioria das vezes gastada com irresponsabilidade de quem sempre teve do governo a certeza de um razoável salário. Mas para sair da crise não fomos chorar muito menos nos lamentar. Honrávamos sempre as dívidas mais necessárias – água e luz -, e SEMPRE tínhamos alimento à mesa. Aceitamos ajudas de amigos e familiares e certamente Deus estava lá também dando uma ajudada e com calma e planejamento (aprendidos na marra), depois de 10 meses a situação começou a clarear para todos.
Toda essa situação me fez entender como é ruim estar no fim da fila. Como é angustiante ter problemas que – aparentemente – são maiores que você. Mas todo esse problema também me fez enxergar nas entrelinhas.
A crise é fascinante. Ou ela te ergue ou te derruba, e a visão que temos dela será crucial para saber se ela produzirá vencedores ou fracassados.
Chorar não adianta, reclamar dos planos que não se concretizaram também não. Estabeleça metas, fixe prazos e os cumpra. Parar de tentar porque não conseguiu uma vez são para os fracos, que desistem na primeira marolinha, que usualmente é confundida com tempestade, e por isso choram.
Tenho apenas uma dica para dar: leia as entrelinhas, pois é de lá que saem as melhores ideias. Adquira o controle da sua vida ou ela lhe controlará. Levando você para um lugar comum aos medianos... o fim da fila.
Eduardo Almeida – Estudante de Jornalismo
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