Por falar em flores...

As flores dispensam palavras para engrandecer-lhes a beleza. São atos de poesia sublime. Em seu silêncio, perfume, maciez e colorido reside a simplicidade que nos traz puro deleite aos sentidos. Gosto de todas. Das miúdas, gosto daquelas com cara de flor! Que eu desenhava nas beiradas dos cadernos quando criança e depois reconheci como prímulas e margaridas.

Mas a minha maior paixão são as flores que nascem em árvores e embelezam a cidade, como a acenar para olhares distraídos. Caem ao chão e formam passarelas coloridas, varridas pelo vento, pela chuva, pelas donas de casa. Beleza leve, pois se sabe efêmera.

No inverno, rigoroso aqui no Sul, vejo como sinal da aliança de Deus com a mulher (afinal em nosso idioma são femininas as flores) a floração dos ipês em meio à paisagem urbana. Amarelos, lilases, róseos e brancos... Depois vem a vez das árvores de flores amarelas. Uma das espécies, de caule extenso cuja floração miúda se desmancha lá do alto, como chuva dourada a recobrir a calçada, os telhados, os carros. Depois das amarelas, colorem a cidade os flamejantes “flamboyants”. Maravilhada vi construtor adaptar o desenho da casa para merecer o abraço caloroso de um “flamboyant”.

Há tantas outras árvores floridas que fazem da cidade um belo cartão postal. Mas depois de tanto calor do verão porto-alegrense, escolho as árvores que sinalizam que logo chegará minha estação favorita! Paineiras majestosas recobrem-se de flores em todos os parques. Logo virão os frutos, que se abrirão em flocos brancos e painas esvoaçantes ao vento de outono...




meriam lazaro
Enviado por meriam lazaro em 25/02/2012
Reeditado em 15/07/2012
Código do texto: T3518978
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