Menino

Ouço a voz eloqüente do meu silêncio Escrevo uma frase vazia e fria E canto de novo uma canção sem melodia, No preto e branco dessa noite sutil Como aquele menino que joga pedras no rio!

Sonhando alto vejo flores no Céu Meus pés descalços procuram o chão vejo pegadas que o vento tirou, nos grânulos de areia e a tarde se calou.

Fechei os olhos, sei que nada foi em vão, Pois aquelas pedras que o menino lançou Nas aguas claras na beira do rio, foram tiradas do caminho; Sei que as pegadas que o vento as levou Me dizem que por ali ninguém passou, Mas que apenas um simples momento Com puro e simples valor, Jamais será congelado no vazio esquecimento!

Luciano Borges
Enviado por Luciano Borges em 24/02/2012
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