COMO SE EU FOSSE OS PONTEIROS DE UM RELÓGIO LOUCO

Se vivo ao contrário ainda assim olho para o futuro,

atrás de mim as coisas que todos ainda querem alcançar,

já passei por elas, através delas, indiferente, sem me impressionar

e não vi graça nenhuma, nada mais que coisas sempre iguais.

Estou indo de encontro ao passado, melhorando meu agora

e planejando relembrar um dia, um futuro diferente, mais abrangente

onde eu poderia encontrar um mundo mais límpido,

mais nítido, sem temer incertezas e dores e lamentos.

Quero olhar na direção daquilo que já foi futuro

e me dirigir até lá se for preciso e ter a real noção

vívida e latente de que estou forte o bastante para nadar contra a correnteza

e ter a plena certeza de que ainda estou caminhando na direção correta.

Nem sempre é mal sinal caminhar em círculos

uma vez que assim se faz possível rever atitudes

e cogitar a possibilidade de melhorar o que já foi feito,

ir e voltar, passar pelos mesmos lugares e tentar encontrar o que ficou esquecido.

Dirão muitos, disseram muitos e ainda dizem muitos : _ Você é louco!!!

Não nego minha loucura,

se for loucura desejar que as coisas desse mundo sejam diferentes

e desejar que aquilo que tem valor realmente justifique seu valor.

O que passou já foi futuro, o hoje já foi esperança

e agora já é pretérito e o futuro já o vejo como passado

embora eu desejo muito retornar não com esperança

mas com certeza de que sempre caminhei na direção correta.

ROBERTO CARLOS BRAZ DO NASCIMENTO

( ROBERTO BRAZA )

02/03/2008

Esta é uma crônica surrealista. Geralmente quando escrevo nesse estilo, o faço influenciado por alguns sonhos sem pé e sem cabeça que vira e mexe insistem em visitar minha mente, então, como tudo deve ser motivo de inspiração, às vezes libero somente a "piração" mesmo... e dá nesse tipo de coisa, que às vezes, com o tempo, chega a fazer sentido em minha vida comum.

ROBERTO BRAZA
Enviado por ROBERTO BRAZA em 24/02/2012
Reeditado em 25/02/2012
Código do texto: T3516621
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