A ESCOLA

Certa vez viajando por uma cidade do Brasil dando palestra em escolas públicas ,deparei-me com uma especial, ressalve-se aqui de um modo geral as escolas públicas no Brasil se encontram em estado calamitosos

A referida escola que vamos chamar de Napoleão Bonaparte predominava o sistema de ensino tradicional e era dominada por políticos que mandavam e desmandavam através de imposições de pessoas previamente escolhidas no cargo de direção.

Os professores, boa parte deles não tinham o minimo compromisso com a educação, faziam o que queriam. Os alunos, por sua vez não estendendo a todos, só queriam terminar o nível médio. Além disso, soube que havia tido um diretor autoritário que para muitos parecia estar no exercito ou mesmo em tempos ditatoriais. Reclamava-se contra a má qualidade da educação pública, contra a precariedade da saúde, mas o que se vê são pessoas enfileiradas todos os dias nos hospitais públicos, professores insatisfeitos e alunos passivos recebendo ou perdendo tempo de suas vidas para ouvir baboseiras, embora eles não tenham o menor interesse em modificar nada, pelo contrário, está muito bem, e assim vai-se vivendo.

Como bem colocou Rubem Fonseca no seu conto O Cobrador ,"A história ensina que todos os direitos foram conquistados pela força. A fraqueza gera opressão". Rubem Fonseca foi de uma felicidade a toda prova ao externar uma frase tão significativa e forte como esta.

O que mais me chamou atenção nessa essa escola foram as expressões nas fisionomia na maioria dos que lá trabalhavam, tanto dos professores como dos funcionários e parte dos alunos. É aquela situação em que a pessoa só estar porque é o jeito, não tem outra alternativa na vida. É o trabalho sem amor, sem tesão (como disse Roberto Freire - "Sem tesão não há solução") . Não existia entusiasmo entre os professores. Eram pessoas mortas, não existia brilho em seus olhos, mas tão somente corpos em movimentos. Não tinham como esconder os seus recalques, as suas frustrações , a inveja pelo outro que por ventura ousava sair da mediocridade.

Aquele estabelecimento educacional parecia tudo menos um centros formador de cidadãos.Alunos jogavam casca frutas no chão sem a minima consciência de que ali era um local de seu ambiente onde viveriam grande parte do ano, quiçá de suas vidas. Ao mesmo tempo compreendi o porquê dessa falta de interesse pela escola por parte dos alunos. Quando andei alguns passos reservados aos professores, que se chama comumente sala dos mestres. Notei que professores jogavam papel,carteira de cigarro em pleno espaço destinado as pessoas, mesmo sabendo que existia bem próximo ao arremessador uma cesta de lixo. Não foi difícil entender da inexistência da consciência da democracia e da cidadania. A escola só tinha mesmo como símbolo para identifica-la a sua arquitetura, no mais era vazio completo, tanto no que concerne na alegria em espaço e o afeto.

inclemente
Enviado por inclemente em 23/02/2012
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