"O MAIOR ESPETÁCULO DA TERRA."
Entre o 9 e o 10, décimos decidem a classificação, mas não o melhor do espetáculo. O desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro não cabe nos olhos dos jurados. Enche e privilegia os olhos do mundo. Aliás, “Batuque é um privilégio. Ninguém aprende samba no colégio”.(1) E as frações das notas dizem pouco do que iguala ou diferencia as escolas. Cada qual com suas cores, seu brilho, sua arte, seu ritmo e seu enredo ao olhar encantado do povo, samba. Enquanto o júri escolhe, avalia, é o povo unido que elege e chega à conclusão de que “o samba, na realidade, não vem do morro nem lá da cidade. E quem suportar uma paixão sentirá que o samba, então, nasce no coração”.(2)
“Bate, bate, bate coração” (3) dentro do jovem ou velho peito. No peito dos sambistas e dos que assistem à escola preferida ou à euforia geral do “maior espetáculo da terra”. Até quem não gosta de samba é bom sujeito nessa hora e se rende ao ver passar o “estandarte do sanatório geral”.(4) E não há quem não se envolva com essa mágica democracia que o samba promove de repente, na avenida, com a “evolução da liberdade”. (5).
O carnaval se descaracterizou muito. Perdeu a beleza e o lirismo das marchas, dos blocos. Perdeu também a autenticidade do samba, embora tenha evoluído como arte. E mesmo sendo uma disputa, o desfile das escolas de samba une o que a democracia partidária separa. Olhos e corações tornam-se um só diante da Estação Primeira de Mangueira ganhando ou perdendo, pois “vista assim do alto, mas parece o céu no chão” (6) e dizem: “Em Mangueira a poesia fez o mar, se alastrou”. E a Portela “é a procissão do samba, anunciando a festa do divino, o Carnaval." (7) É, sim, o maior espetáculo da terra, que “cada paralelepípedo da velha cidade vai se arrepiar aos lembrar que aqui passaram sambas imortais, que aqui sangraram sob os nossos pés, que aqui sambaram nossos ancestrais”. (8) E de repente todos esquecem de que “num tempo, página infeliz da nossa história, passagem desbotada na memória das nossas novas gerações, dormia a nossa pátria mãe tão distraída, sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações”.(9).
A Unidos da Tijuca merecidamente ganhou por dois décimos, o que não tirou o brilho das outras Escolas. Em meio a tamanho espetáculo de beleza não se sabe qual a melhor. Que o diga Luiz Gonzaga lá do alto, de onde assistiu ao “forrosamba”.
Ouça VAI PASSAR, de Chico Buarque.
Clique no link abaixo.
http://www.youtube.com/watch?v=Ma5ThSwFbIg
e o Samba Enredo da UNIDOS DA TIJUCA
http://www.youtube.com/watch?v=CsOYiZJgmEY
_____________________________
1. Noel Rosa
2. Noel Rosa
3. Cecéu
4. Chico Buarque
5 Chico Buarque
6. Hermínio Belo de Carvalho
7. Hermínio Belo de Carvalho
8. Chico Buarque
9. Chico Buarque.
Entre o 9 e o 10, décimos decidem a classificação, mas não o melhor do espetáculo. O desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro não cabe nos olhos dos jurados. Enche e privilegia os olhos do mundo. Aliás, “Batuque é um privilégio. Ninguém aprende samba no colégio”.(1) E as frações das notas dizem pouco do que iguala ou diferencia as escolas. Cada qual com suas cores, seu brilho, sua arte, seu ritmo e seu enredo ao olhar encantado do povo, samba. Enquanto o júri escolhe, avalia, é o povo unido que elege e chega à conclusão de que “o samba, na realidade, não vem do morro nem lá da cidade. E quem suportar uma paixão sentirá que o samba, então, nasce no coração”.(2)
“Bate, bate, bate coração” (3) dentro do jovem ou velho peito. No peito dos sambistas e dos que assistem à escola preferida ou à euforia geral do “maior espetáculo da terra”. Até quem não gosta de samba é bom sujeito nessa hora e se rende ao ver passar o “estandarte do sanatório geral”.(4) E não há quem não se envolva com essa mágica democracia que o samba promove de repente, na avenida, com a “evolução da liberdade”. (5).
O carnaval se descaracterizou muito. Perdeu a beleza e o lirismo das marchas, dos blocos. Perdeu também a autenticidade do samba, embora tenha evoluído como arte. E mesmo sendo uma disputa, o desfile das escolas de samba une o que a democracia partidária separa. Olhos e corações tornam-se um só diante da Estação Primeira de Mangueira ganhando ou perdendo, pois “vista assim do alto, mas parece o céu no chão” (6) e dizem: “Em Mangueira a poesia fez o mar, se alastrou”. E a Portela “é a procissão do samba, anunciando a festa do divino, o Carnaval." (7) É, sim, o maior espetáculo da terra, que “cada paralelepípedo da velha cidade vai se arrepiar aos lembrar que aqui passaram sambas imortais, que aqui sangraram sob os nossos pés, que aqui sambaram nossos ancestrais”. (8) E de repente todos esquecem de que “num tempo, página infeliz da nossa história, passagem desbotada na memória das nossas novas gerações, dormia a nossa pátria mãe tão distraída, sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações”.(9).
A Unidos da Tijuca merecidamente ganhou por dois décimos, o que não tirou o brilho das outras Escolas. Em meio a tamanho espetáculo de beleza não se sabe qual a melhor. Que o diga Luiz Gonzaga lá do alto, de onde assistiu ao “forrosamba”.
Ouça VAI PASSAR, de Chico Buarque.
Clique no link abaixo.
http://www.youtube.com/watch?v=Ma5ThSwFbIg
e o Samba Enredo da UNIDOS DA TIJUCA
http://www.youtube.com/watch?v=CsOYiZJgmEY
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1. Noel Rosa
2. Noel Rosa
3. Cecéu
4. Chico Buarque
5 Chico Buarque
6. Hermínio Belo de Carvalho
7. Hermínio Belo de Carvalho
8. Chico Buarque
9. Chico Buarque.