BATE-PAPO UOL

Quando percebi que jamais teria uma melhor amiga, já estava quase uma mulher adulta. Hoje confesso estou até mais conformada, mas isso não me impede de sonhar. Descobri que amigas de infância separam-se em algum tempo de suas vidas. A amizade balança por causa do surgimento do namorado ,claro que, existem amizades tão fortes que nada abala. Mas não é sobre isso que escreverei, e sim dos relacionamentos pouco prováveis do Bate-papo UOl que as vezes por um milagre dão certo.

Sempre achei que não tinha facilidade para fazer amizades, e o destino mais uma vez me provava o contrário, visto que minhas amizades mais duradouras começaram numa parada de ônibus e muitas sobrevivem a mais de dez anos. Numa dessas paradas de ônibus conheci a Mariana (nome fictício) mal me viu ali torrando no sol e engatou um papo serrado até me distraiu. E distraiu tanto que viajei no seu namoro virtual. Mariana contou-me que um dia encontrou numa dessas salas um cara muito simpático, mas simpático mesmo. Desses que conversava sem falar de encontros, sexo, coisas que as bestas, palavras dela, adoravam conversar. Perguntar se não tinha Cam para mostrar seus atributos que deveria ser bem pequeno para usar esse artificio. Cai na risada e ela disse “mais e não é”? Não dizem que na televisão tudo fica maior? ’ Ri mais ainda.

E continuou toda empolgada dizendo que na primeira conversa começaram-se a se tratar por “MO” e “MOR” logo ela que sempre achou patético chamar o namorado de “Amor” estava adorando aquele tratamento. Disse-me que conversavam muito menos do que queria, mas todas as vezes que se encontravam falavam da saudade que sentiram um do outro. Ele morando em SP e ela no Sul os dois assalariados sem chance nenhuma de se encontrarem. Mas ela estava apaixonada, ele não era um cara qualquer, era sensível um pai amoroso. Separado, respeitador, brincavam muito riam muito um do outro, pareciam almas gêmeas. Mariana tinha certeza de que ele era real, queria que ela fosse ao encontro dele, pois morava sozinho. Dizia que amava o jeito dela falar e um dia brincando pediu que quando fosse pedir pão na cidade dele, não pedisse “cacetinho”. Ela que odiava viajar estava agora disposta a ir ao seu encontro, apartir do mês que vem começaria a juntar dinheiro e correr para os braços dele para ver se ele era realmente daquele jeito, que já amava, e queria acreditar, existia. Não parava de repetir isso. Eu fiquei com uma vontade muito grande de acompanhar esta estória de ser eu a melhor amiga dela para saber o final desse amor. Ainda mais quando ela me disse a maneira com que pediu para fazer um facebook “Amor, faz uma face”? Que lindinho, pensei. Ela fez, mesmo achando aquilo uma bobagem, sabia que se arrependeria. Mas fez, são amigos, ela quando ele some fica visitando seu perfil para ver com quem esta conectado,lê suas mensagens e morre de ciúmes das outras. Ele pelo jeito faz o mesmo comigo, disse feliz, pois convidou meu filho para ser amigo dele no msn. Sinal que olhou meu face, e terminou dizendo que ele era meiguinho, quando não entendia algo que ela dizia escrevia todo carinhoso “para mor!” Sempre querendo saber como ela estava e o filho. O ônibus dela chegou e eu, fiquei tentada a pedir que ficasse mais um pouco e contasse mais. Trocar número de celular para saber se iria mesmo visita-lo, mas se despediu correndo com um sorriso de orelha a orelha. Sinceramente fiquei deprimida. Que inveja! Ela estava vivendo se daria certo ou não era outra estória, estava pagando para ver. Mariana era uma mulher verborrágica resumiu seu namoro virtual em segundos e só consigo escrever o que achei mais bonitinho. Entendi que ela estava amando sozinha, eu invejosa, pensei que ela fazia mais coisas para demonstrar seus sentimentos. Ele só reagia quando conversavam, não respondia seu e-mails nem dizia que havia gostado dos seus bilhetinhos carinhosos. Mesmo assim mandava, queria que ele a amasse e a esperasse. Ele no msn mandava flores dizendo que fingisse que era um buquê ou uma cartinha, e ela entendia que ele não sabia como retribuir ou agradecer o que mandará. Eu desisti de pensar no assunto mais assim que chegar em casa entrarei numa dessas salas quem sabe... Quem sabe...

RÔCRÔNISTA
Enviado por RÔCRÔNISTA em 22/02/2012
Reeditado em 22/02/2012
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