Para sempre amar
Ontem percebi que em ti respiro. Desfeitas as coisas do seu estado normal, lá, dentro do bosque insofismável, juntos à afeição do tinir das águas, que da cachoeira brotava, senti teu olhar. Teu rosto, junto ao meu, tornava o ar rarefeito, e eu, no contratempo da razão, em tua alma aprofundava.
Tocar. Nunca antes um verbo tão aceito, pois não mais cheio de perguntas ao mundo, já que nesse momento livre, à parte aos problemas criacionistas. Em um toque, a excelência do meu ser representa, apresenta e propõe um novo translato sobre a essência do amor.
Sou aceito ao lhe aceitar. Mas, de súpeto, em clarão, as coisas paulatinamente vão se arquitetando ao que são - foi-se o momento. Agora, longes, falamos, lembramos. Voltamos a calar, para ali perceber. E ali aceitar. E nos deleitar. E não mais volver. E, no âmago, ali sentir. Para sempre amar.