DESORDEM...
Todos querem ter razão. Ninguém a tem. Os sábios não a lograram. Os santos continuam reverenciados, mas questionados, mesmo assim se imolaram. Os filósofos não explicaram a razão absoluta, continua o discurso do método sob crítica permanente, sem muito ou quase nenhum sucesso. Nem mesmo os artistas, divididos pela busca do sucesso e da fama. Muitos não atingiram a perfeição plástica, embora grandes símbolos artísticos que não canso de ver estejam perenizados pelo cinzel e pela tinta, na escultura e na pintura. Literatura é mera comunicação.
Mesmo Cristo perguntado pelo Pretor o que era a verdade, ou seja, razão, silenciou, já que veio fazer justiça. Resta a grande verdade que o Santo, Filho de Deus, pelo silêncio apontou; a busca da justiça, que nunca se fez....
Não devemos pretender e querer ter razão. Por quê? Por dever ser nosso alvo a harmonia que se banha nas águas claras da justiça, buscando-a e negando justificar esse estado humano em permanecer no egocentrismo e nele caminhar em desfavor da razão aparente que não harmoniza, mas divide.
Um mal foi inventado para troca do que antes era distribuído pela natureza, sem custos em sua oferta, um objeto chamado moeda que mais tarde virou para uns riqueza por seu acúmulo e para outros pobreza e miséria por falta da mesma.
Poucos ficaram com muito e muitos com nada ou quase nada, sempre em contrariedade ao que chamaram de lei. Alguns perderam a consciência, embotados, buscando sempre favorecimento próprio pelo mal chamado egoísmo, os ditadores. Inventaram que tirando o que havia de melhor para o homem, a liberdade, seria controlada a pretendida organização, isto poderia trazer a harmonia sonhada. Pura insanidade logo verificada, a mentira maior, logo que liberdade era tudo, até mais que a própria vida, pois vida sem liberdade não é vida.
Outros deixaram que a tal moeda virasse uma doença para acumular coisas das quais não precisavam, assim muitas coisas deixaram de ficar nas mãos de quem precisava das mesmas para ficarem sem uso nas mãos de quem as acumulava. Essa desordem cresceu, gerou guerras, rupturas, mortes desnecessárias, e nada se conseguiu para que ordem e organização existissem.
Os homens de estado retirando os direitos dos governados e os avarentos retirando de si mesmo em tributo à moeda, àqueles, de todos, estes de si mesmos, até mesmo o mínimo de que precisam para viver com conforto, por pura ignorância de que os bens nos servem , não nós a eles, e passam uma vida contida para deixar para outros o que acumularam em prejuízo próprio, outros que por vezes nem são de seus sangues. É a incapacidade de compreensão que limitou seus confortos.
A desordem é cada vez maior e a tudo todos assistem resignadamente diante da ordem nunca chegar. O silêncio seria a melhor ordem face à tanta desordem, mas o silêncio de Cristo em seu julgamento apontava para a justiça, a mesma não distribuída para os próximos em amor, até mesmo para os pais e irmãos. Matam-se filhos, abandonam-se pais e irmãos.
A incapacidade de compreensão não tem limites, leva à desordem.