MUITO ALÉM DE ONDE A VISTA ALCANÇA
Olhei o horizonte. O sol se levantava.
Erguia-se dourando uma paisagem encantadora.
Minhas manhãs são mais lindas porque assisto o nascer de um novo tempo.
Pensa que todos os dias são iguais?
Pensa que é monótono ver nascer o mesmo sol todos os dias atrás daqueles eucaliptos?
Pois não é.
Hoje o bem-te-vi estava gritando quando os primeiros raios surgiram.
Ontem foi uma borboleta que quase esbarrou em mim.
As folhas estavam cobertas de sereno. A manhã estava mais fria.
Eu pensei enquanto o sol se erguia em civilizações extintas.
Pensei nos homens que passaram por aqui.
Suas bagagens pesadas.
Seus amores, desamores.
Enquanto tantas pessoas dormem, eu caminho e penso.
Componho poemas sob um céu encantador.
Eu penso no ódio dos homens e no amor.
Hoje eu voei quando tudo ficou dourado.
Viajei para meu mundo encantado.
Minhas pernas me levaram pelas ruas e me trouxeram de volta para casa.
Mas, neste meio tempo, minhas asas me carregaram para um lugar onde a vista não alcança.
Um lugar onde volto a ser criança.
Neste tempo que visitei uma menina chorava e eu a consolei.
Eu prometi a ela que nós duas juntas ainda daríamos muitas risadas.
Prometi que caminharíamos até o fim dos tempos pelas calçadas a buscar a borboleta azul que ela tanto almejou alcançar.
Quando eu lhe prometi isto ela parou de chorar e eu me vi a abrir o portão. Um colibri que beijava uma flor de meu jardim quase trombou comigo e então eu me localizei.