MUITO ALÉM DE ONDE A VISTA ALCANÇA

Olhei o horizonte. O sol se levantava.

Erguia-se dourando uma paisagem encantadora.

Minhas manhãs são mais lindas porque assisto o nascer de um novo tempo.

Pensa que todos os dias são iguais?

Pensa que é monótono ver nascer o mesmo sol todos os dias atrás daqueles eucaliptos?

Pois não é.

Hoje o bem-te-vi estava gritando quando os primeiros raios surgiram.

Ontem foi uma borboleta que quase esbarrou em mim.

As folhas estavam cobertas de sereno. A manhã estava mais fria.

Eu pensei enquanto o sol se erguia em civilizações extintas.

Pensei nos homens que passaram por aqui.

Suas bagagens pesadas.

Seus amores, desamores.

Enquanto tantas pessoas dormem, eu caminho e penso.

Componho poemas sob um céu encantador.

Eu penso no ódio dos homens e no amor.

Hoje eu voei quando tudo ficou dourado.

Viajei para meu mundo encantado.

Minhas pernas me levaram pelas ruas e me trouxeram de volta para casa.

Mas, neste meio tempo, minhas asas me carregaram para um lugar onde a vista não alcança.

Um lugar onde volto a ser criança.

Neste tempo que visitei uma menina chorava e eu a consolei.

Eu prometi a ela que nós duas juntas ainda daríamos muitas risadas.

Prometi que caminharíamos até o fim dos tempos pelas calçadas a buscar a borboleta azul que ela tanto almejou alcançar.

Quando eu lhe prometi isto ela parou de chorar e eu me vi a abrir o portão. Um colibri que beijava uma flor de meu jardim quase trombou comigo e então eu me localizei.

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 18/01/2007
Reeditado em 25/03/2011
Código do texto: T351097
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