A TRISTEZA, MORA LÁ FORA!

A TRISTEZA, MORA LÁ FORA!

E é bom que sequer pensemos em lhe cobrar aluguel. Muito menos que pensemos em despejo por falta de pagamento.

Senão é bem capaz de querer um novo lugar para morar, e este pode ser em nós.

Temos certeza de que isto sim, não seria nada bom.

A solidão que ela carrega não seria nada boa para nosso sorriso. Muito menos para nosso amor, nossa paz, nossa vida.

Na verdade, seu endereço nos nem devemos buscar saber para não cairmos em tentação.

E o mais importante é que também não lhe passemos o nosso. Evitaremos assim uma visita indesejável, não?

Se por acaso a tristeza passar em frente ao nosso endereço, corramos a fechar portas e janelas.

Não vamos lhe dar a chance de ver o que temos de bom dentro de nós. Ela poderia desejar estragar.

Nem pensem que possamos desejar a tristeza a alguém, até porque tem pessoas que gostam de abrigá-la. Às vezes até mesmo sem o menor motivo.

Não seria maquiavélico deixar com que ela estrague seu próprio endereço. Afinal de contas, cada um faz de sua casa o que bem entende.

Mas não será por isso que precisemos imitá-las. Ou será que poderíamos pensar que a simples visita da tristeza não irá nos machucar?

Também não seremos maus vizinhos se por acaso alguém bater em nossa porta a procurá-la.

Cada um tem direito de procurar o que mais lhe interessa. E quem somos nós para tentar mudar isso?

Assim sendo, se alguém quiser saber seu endereço, abramos um sorriso.

Basta que saibamos dizer somente que...

A tristeza, mora lá fora!

Antonio Jorge Rettenmaier, Cronista, Escritor e Palestrante. Esta crônica está em mais de noventa jornais impressos e eletrônicos no Brasil e exterior. Contatos, ajrs010@gmail.com