Palestra Itália / Palestra / Palmeiras
O Palestra Itália, fundado em agosto de 1914, só veio a disputar a primeira partida oficial em 13 de maio de 1916. O time era formado por jogadores italianos ou descendentes de italianos visto que já existia naquela época times representativos das colônias alemã, inglesa, portuguesa, libanesa. E como a nossa população era composta de muitos imigrantes italianos e seus descendentes, era mais do que certo que também esses tivessem uma equipe para torcer.
Uma profecia foi feita por um fanático torcedor do Palestra Itália: “O nosso time sempre terá o melhor goleiro do Brasil”. E isso, de fato, tem sido confirmado ao longo de quase um século de Palmeiras.
O primeiro goleiro do Palestra Itália foi Fabrini que atuou de 1916 a 1920, sempre com grande destaque. De 1920 a 1929 o arco alviverde foi defendido por Primo de quem os adversários da época diziam que era mágico, pois sempre adivinhava onde os atacantes chutariam a bola.
De 1929 a 1933 o goleiro alviverde foi Nascimento que jogou em todas as Seleções da época: Brasileira e Paulista. Defendia tudo e ainda saia de campo com o uniforme limpo. Era muito seguro, arrojado e elegante. Do Palestra Itália foi para a Argentina, terra de grandes goleiros. Foi campeão pelo Boca Juniors e antes de encerrar sua carreira ainda foi campeão carioca pelo C. R. Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, e brasileiro de Seleções pela Seleção Carioca.
Em 1934 veio Aimoré Moreira, que foi goleiro das Seleções Brasileira, Carioca e Paulista. Era um grande goleiro mas também não era “Santo”. Até 1936 os palestrinos podiam confiar no Aimoré. Depois ele foi ajudar o Botafogo F. R., do Rio de Janeiro, de seu irmão Zezé Moreira, a conquistar títulos.
Já em 1936 veio Jurandir, com um enorme potencial, para jogar no gol do Palestra Itália. Jurandir era também goleiro da Seleção Brasileira. Esteve defendendo o Palestra até 1939 com grande brilho. Era tão seguro que tinha a fama de ter cola nas mãos. Foi mais um que encantou os argentinos com suas defesas monumentais. Voltou ao Brasil em 1942 e ainda foi tricampeão pelo C. R. Flamengo, do Rio de Janeiro, em 1942 – 1943 – 1944. Jurandir era um goleiro que estava na profecia do torcedor do antigo Palestra.
Em 1939 veio Gijo outro goleiro muito seguro que honrou as tradições do Palestra. Em 1941, Gijo ainda dividiu o gol do Palestra Itália com um goleiro que veio de Sorocaba, Oberdam Catani. Oberdam, também de Seleção Paulista e Brasileira, foi campeão pelo Palestra / Palmeiras em 1942, 1944, 1947 e 1950. Era um grande goleiro seguro e simples. No alto era imbatível. Era um verdadeiro paredão no gol. Jogou mais de 10 anos pelo alviverde. Teve algumas contusões e nesse período o Palmeiras contou com grandes goleiros na reserva de Oberdam como Clodô, Rodrigues, e quase no final de sua carreira, o goleiro Fábio que veio do Nacional A. C., da Capital paulista, e o substituiu com grande classe. Oberdam jogou até 1953 e encerrou sua carreira no C. A. Juventus, da Moóca.
Tivemos depois passando pelo Palmeiras, os goleiros Furlam, Cavani, Rugillo, Nivaldo, Pianowisk, Lourenço, Valdir de Moraes, Inocêncio, Leão, Gilmar, Benitez, Zetti, Velozo, Sérgio e outros dos quais não me recordo, até chegarmos em Marcos, que cronistas esportistas desinformados dizem ser o melhor goleiro do Palmeiras de todos os tempos.
E aqui eu deixo a seguinte pergunta: Se a alegação desses cronistas for verdadeira, em que tempo poderíamos classificar todos os outros goleiros que citei aqui?