Epifania

OS SONHOS QUE SONHAMOS

Um recado curto e grosso

Falar somente de amor e otimismo é beber água com açúcar e "chover no molhado".

É muito comum você se deparar com situações em que é obrigado a admitir que errou feio lá atrás e que muita coisa depois disso em nada colaborou ou acrescentou àquilo que você mais sonhou na vida.

Pode ser o tal "efeito dominó" de um aprendizado intempestivo, mas com certeza tratar-se-á apenas de uma dose temporária de pessimismo que nos invade; É como um vulcão em erupção – você tem que deixar a larva atingir o seu objetivo: saltar pra fora e expelir parte dos seus projetos e expurgar todos os seus pecados veniais e mortais, como se fosse um vômito emocional.

Os sorrisos amarelos ou "adesivados" responderão a clássica pergunta:

Onde estarão os meus sonhos dourados e a minha casinha pequenina no alto da serra? Ou "onde estará o meu amor?"

Quem consegue um ritmo regular (do tipo sem taquicardia) no dia a dia da vida é um felizardo, mas sempre do campo da utopia ou na linha ilusória daqueles que praticam a retórica irresponsável. Felicidade é e será sempre quase nada. Ela é como um perfume gostoso, passageiro, não dura para sempre. Mas as ações decorrentes de seu destino irrequieto ficarão gravadas em definitivo com as cinzas expelidas por esse vulcão. A tinta não desbota.

O "pneu furou" e você apenas faz a troca e recomeça a viagem. Fernão Capelo Gaivota (o personagem), sem querer, mostrou a todos nós o que os nossos filhos fazem quando saem do próprio ninho. E os Leões, na contramão, são o grande exemplo da fidelidade conjugal, mesmo "viúvos ou viúvas" honram o espírito familiar preservado culturalmente pelo homem.

Alguns baderneiros gerados em cavernas eletrônicas almejam transformar tudo isso em folclore e ameaçam nosso instinto natural leonino. Os desgarrados nunca retornam com a mesma estatura, como no livro de Richard Bach pensam que, porque aprenderam a voar, podem ensinar e liderar. Ledo engano.

Inverteram-se muitos valores, pois professoras que davam tapinhas, hoje são espancadas em salas de aula. Pais que antes reprimiam com um simples olhar, hoje são assassinados quando negam aos filhos o dinheiro dos traficantes.

Mas mesmo nessa linha trágica de raciocínio, há controvérsias, pois esse trilho maravilhoso e ao mesmo tempo assustador que nos leva a estação da vida pode nos oferecer pudim de leite condensado, quindim sem cheiro de ovo e flores perfumadas de um jardim encantado tanbém.

Eles carregam pesados e barulhentos vagões mas cada um deles carregam "tempos" de vida (pedaços de felicidade, momentos de emoção com prazo de validade) que valem a pena serem considerados parte de nossos sonhos bobos que aprendemos lendo as páginas encantadas do "Pequeno Príncipe". E quem não as devorou com brilho nos olhos e esperança de uma vida melhor?

Esses "vagões" que vão ficando pra trás em algumas estações de nossas vidas, quebram o encanto da sonhada energia permanente e constante que lá atrás, almejávamos continuasse sem decadência para suprir outras necessidades do organismo humano, mescladas de doses fortes de egoísmo e instintos incontroláveis, aquelas bem explicitadas ou de uma grosseira e doce sutileza que diz: "Crescei e multiplicai-vos", entre tantas outras.

Alguns católicos "não praticantes" ou mesmo praticantes são mais liberais e realistas e assim executam-na sem pudor e explorando toda sensualidade que a pujança do corpo humano permite ou sugere e sempre "abençoada por Deus", embora ninguém a rigor se lembre D´Ele nesses momentos de ejaculação de "fraquezas".

Falo de macho x fêmea, claro. Enquanto isso o Juiz Edilson Rumbelsperger saca a sua bíblia ensebada para discriminar as fêmeas despudoradas ou não, e culpa o primeiro ato no jardim do Éden, pelo apocalipse "now".

Alguns idiotas como ele, imaginam que liberar lençóis é indecente e ameaçam com a reincidência do terrorismo de Sodoma e Gomorra. Outros mais idiotas ainda, e que outrora já os teria intitulado aqui de minorias ruidosas, querem uma união impossível dos "homo". Querem a benção do Santo Padre e querem sair das diversas filiais do Vaticano em estilo colonial espalhadas pelo mundo inteiro, sob chuva de arroz e dando beijos na boca e arrastando latinhas barulhentas em seus veículos cor de espanto e rosa pink. A Espanha de hoje, seria o que? O antro da sacanagem mundial? A começar pelo sangue que jorra nas famosas touradas de Madri. Fica a pergunta: As castanholas batem por quem? Pelos preconceituosos ou por aqueles que pensam que o mundo deve ser transformado numa grande "gaiola das loucas"? ou por degustadores vampiros de Baby beef?

Não posso confessar publicamente aqui que conheço muitos homofóbicos e que os admiro pela sua coragem enfrentando os rigores da Lei, mas nem por isso quero cantar aquela musiqueta famosa; "joga pedra na Geni". Afinal, se existe uma Lei que determina prisão sumária para esses machos irreprimíveis, melhor então que ela seja aplicada ao Papa, pois dele é o "mau exemplo". E afinal essas minorias no passado já esbanjaram dignidade como foi o caso de Rock Hudson que desfilou garbosamente com Elisabeth Taylor sob o titulo de um Beneditine de família tradicional e jamais se teve noticias de que ele teria "quebrado as munhecas" publicamente. Foi um grande "homem" e viveu seu drama durante toda a vida de forma corajosa e digna. "Assim caminha a humanidade" teve um duplo sentido.

Então porque impor efeitos retroativos em textos escritos por Monteiro Lobato e tantos outros como David Nasser que compôs "Nega do Cabelo Duro" e a eternizou em vários carnavais.

E dessa forma eu gostaria de saber qual seria o "veadinho" macho, com peito, mesmo com titulo de promotor aqui no Brasil, com coragem para dar voz de prisão ao Infalível de mitra dourada que viaja pelo mundo como soberano de um Estado, onde reina o politicamente correto? Pedofilia? Não adianta querer bater somente no Vaticano aqui por esse grande mau do novo milênio, afinal alguns historiadores mostram que desde os tempos do Grande Nero ou do Grande Alexandre, essas anomalias já existiam.

Nem vou falar de quem é a culpa para não ser acusado de repetitivo. Pedófilos estão em todos os lugares bem na frente dos nossos narizes e a maior concentração deles por jaula quadrada de presídios mil.

Portanto, não falemos apenas de água com açúcar. É fácil demais. Falemos de gente com "terno e gravata" políticos ou não, corruptos ou não, pastores evangélicos, ou não.

A essa altura do texto, todos vocês poderão imaginar que se trata de mais uma daquelas historinhas do autor, tecendo sua autobiografia de forma desordenada e aleatória o que o tornaria certamente enfadonho e rudimentar para muitos. Óbvio que ao escrever ninguém escapa de mexer com a sua própria vida ou com a sua própria história, mas confesso que ultimamente o que mais me diverte é mexer no livrinho que tenho de queixas e reclamações de terceiros; amigos, clientes, e com o advento da internet a gente conhece os mais variados tipos de pessoas e descobre coisas incríveis na sociedade moderna e consumista em que vivemos.

Esse talvez possa ser um diário, ou uma espécie de agenda modorrenta de pessoas que tiveram tempo pra sonhar e filosofar

Hoje o máximo que você consegue é administrar os pesadelos em suaves prestações e ganhar de presente um grau de stress recheado de coisas mal resolvidas. Haja psicanálises, psicotrópicos e psicólogos bem remunerados para frases desse tipo que se pode ler, por exemplo, no Orkut:

"sempre à espera - talvez dessas coisas não-ditas das esquinas do pensamento, qualquer epifania suja e barata pra ajudar a engolir o gosto do mofo na garganta".

Algumas pessoas pensam que o palco é o inferno da sua própria vida. Não sabem exercer com dignidade, amor, romantismo e alegria a arte de representar. E quando sorriem, a mascara cai, com ou sem "durex".