A morte de um poeta

Os poetas são ressaltados nas multidões. E se toda a multidão forem poetas? não, todos assim não são, uns escrevem romances, textos científicos, diferenciando dos poetas, pois alguns não têm tempo para ver as coisas mais simples e insignificantes que a vida exprime, ou melhor, não toleram o peso dos milhões de sentimentos que afloram um poeta.

Um poeta amador passou a vida toda só escrevendo, ninguém lia seus versos, pois os famosos escritores eram mais interessantes e utilizavam uma linguagem rebuscada que precisava de bons dicionários a que viesse traduzir as palavras.

Enquanto os leitores guardavam livros de poesias dos grandes intelectuais das academias de letras, os versos do poeta amador ao menos eram conhecidos pelos íntimos, apenas uns tercetos eram ironizados.

Como o destino não podia ser diferente, a angústia acomodou-se em seu ser, e foi morrendo com o tempo e com sua poesia em detrimento da injustiça social.

A sua alma poética chegou à desejada “Pasárgada” que Manoel Bandeira criou para viver uma infinda eternidade, em São Saruê para esbanjar versos e lágrimas sonoras para sempre, enfim, a alma do poeta amador ganhou os meandros da eternidade que a própria poesia o reservara, a glória de Deus que rima, alegrando os anjos e a outros poetas em cânticos de aleluia.

Pois os poetas não morrem, são enterrados vivos em sua poesia.

Geraldo Neto
Enviado por Geraldo Neto em 19/02/2012
Código do texto: T3508301
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