Guerra Cruel
Na beira da estrada, sobre o cadáver de um soldado anônimo, uma mãe chora a sua solidão. A guerra lhe tirou o único filho que tinha, sua sangue tingiu o solo de um vermelho brilhante e sombrio, enquanto os poderosos nas suas mansões tomavam refrescos e se abrigavam do sol.
A morte faz a festa enquanto os soldados lutam pelas suas vidas, ou, quem sabe matam somente por diversão, consequência da guerra cruel que penetrou os seus corações e os converteu em pedra, tirando deles todo traço de humanidade e de caridade.
Enquanto alguns se enriquecem, os dois lados em luta perdem vidas, perdem forças e alegria, as cidades são destruídas e as populações dizimadas, a dor alcança as famílias daqui e dali, mães choram seu filhos e esposas seus maridos, filhos crescem sem pais, meninos são destroçados por minas e bombas, as metralhadoras cospem seus dardos de morte, e a terra se enche de uma devastação vermelha com cheiro de ferrugem.
Até quando vamos entender que a guerra não leva a lugar nenhum, que só causa sofrimento e solidão, que só serve para marcar para sempre os corações das pessoas, de forma que meninos brincalhões se alistam como soldados e voltam sérios, calados e destruídos?
A guerra só é boa para alguns poucos, sentados nos seus gabinetes, mandando ataques desde seus escritórios, seguros nas suas casas. Para o resto da humanidade, a guerra só é a destruição da vida.