Nós fazemos o destino ou o destino faz o Homem.
Que o brasil seria campeão do mundo nos EUA em 1994 todo mundo sabia. O que não sabíamos é que seriam criadas tantas dificuldades.
O homem é assim: ele tem esta capacidade, a de olhar e com apenas um piscar criar obstáculos homéricos. Mas, e o destino?. Nesta competição fora diferente o destino estava claro, mas o homem com a sua empáfia,resolveu dificultar o rumo dos fatos, fazer as coisas acontecerem ao seu próprio modo. Tão obvio como era que parecia facílimo, de repente aos olhos do mundo começava a ficar distante o sonho tão aclamado.
Os obstáculos foram tomando dimensões quase intransponíveis. E, em pleno 4 de julho declaramos a nossa independência e fizemos uma festa da "Festa dos americanos".Não com um tiro; mas com um toque de fidelidade, aquele onde o "craque" sopra com os seus pés predestinados e abençoados, que jamais negaria obediência ao seu mentor. E, ela, a Bola, rompeu, caprichosamente, a abarreira do destino e lançou os nossos atletas na direção da meta.
A próxima guerra sera contra um grande fantasma. Não sabíamos se era bom ou ficaria ainda mais difícil ir adiante. A Holanda, aquela que um dia numa velocidade irresistível nos eliminou da copa e nos proporcionou um grande passeio de Carrossel. Tudo parecia transcorrer normalmente, a impressão era que passaríamos de passagem por ela, porém mais uma trapalhada da máquina e o que parecia tão fácil, tornar-se-ia um cipoal.
mas o destino estava ali paradinho do nosso lado intrínsico naquela Bola. E, quem diria:Branco , um jogador tão indesejado naquela copa, estava ali com uma barreira pálida, cor de laranja, na sua frente, impedindo-lhe a visão. Como referência do Gol tinha apenas o travessão, que adornava a figura imóvel do goleiro. No momento que a bola partiu, predestinada, de um chute potente desferido por ele: Branco, o mais rejeitado de todos. O destino desenhava a Historia, e , caprichosamente, desferia uma curva inesperada após se alimentar sutilmente do cheiro do artilheiro Romário, para entrar, impossivelmente, no canto do poste esquerdo do goleiro, que não conseguiu chegar a tempo. Dali em diante estava provado que o destino de faria independente de qualquer reação de fora.
Quando pensávamos que estava tudo tranquilo para a chegada, ficamos arrepiados ao perceber que tínhamos pela frente um Esquadra Azzurra, fervendo de raiva; era a Itália louca pro uma forra, todos com a lembrança estampada no coração, do baile de 1970 protagonizado por Pelé, Tostão, Rivelino e companhia.
Naqueles noventa minutos de futebol vimos o que era tão perto parecer tão longe;era como se uma fora incomum lutasse contra o que parecia de mais certo. O capricho enfim venceu o desafio, pois no tempo normal do jogo não conseguimos abater a Esquadra, que parecia se multiplicar em no campo da batalha. Portanto, mais uma vez o destino estava ali, paradinho, a onze passos do goleiro. O futuro do destino seria decidido nos penaltis. O destino agora estava a mercê do acaso ou da própria sorte. Tudo que se poderia fazer pelo êxito fora realizado e, com um grau de dificuldades incompreensível para muitos. Agora dependia somente dele, o carrasco: Estava, ele, ali frente a frente com o nosso futuro. A Bola parada, ela sabia que tinha um destino a cumprir e o destino estava escrito. Já havia beijado a rede do goleiro quantas vezes quis. Naquele momento que foi arremessada, ela a Bola, queria liberdade; não queria ficar presa na rede Amarela feito um peixe morto a de debater-se, assim tomou o caminho do universo e foi propagar no espaço que nosso Brasil era Tetra-campeão Mundial de Futebol.
Copa do mundo dos EUA/1994