Deselegância
Desde o último aniversário da cidade de São Paulo, 25 de Janeiro, ao ouvir uma música que foi insistentemente veiculada pela televisão e rádio, como uma homenagem a cidade, nas minhas observações e conclusões, impossível deixar de me sentir admirada diante do que a letra da música diz:
*Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a Avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas...
O que me intriga é que fomos e somos vistas como discretamente deselegantes.
Fico imaginado se outra pessoa, que não o autor desse verso, escrevesse o mesmo, referindo-se a qualquer lugar, desencadearia uma ampla e acirrada discussão em menos de uma hora. No entanto, cantamos nossa deselegância como um elogio.
Interessante! Temos que escolher muito bem as palavras para não ofender sequer uma pessoa; o cara chama todas as meninas da maior cidade do país de deselegantes há anos e nenhuma se sente ofendida, ao contrário, acham lindo; porque Caetano é lindo, sampa é linda, carnaval é lindo, futebol é lindo, brigar por uma frase é lindo, tudo é lindo, ou não...
Evidentemente estou me referindo a UMA frase, que é a regra de onde não se lê todo o texto.
*Sampa - Caetano Veloso - Letra já discutida amplamente - faltava eu.